Resenha: O Substituto de Brenna Yovanoff


Título: O Substituto
Autora: Brenna Yovanoff
ISBN: 9788528615555
Editora: Bertrand Brasil
Número de Páginas: 336
Onde comprar: Estará em pré-venda semana que vem


Sinopse: Aparentemente, parece apenas mais uma ótima história de terror e de suspense. É muito mais do que isso: é também uma história de amor acerca das provações de um jovem em busca de seu próprio entendimento e da aceitação de suas características. Lugar-comum? Acrescente, então, o fato de que esse rapaz vem de um mundo sinistro, obscuro e não humano.

Mackie Doyle não é normal. Ele vive na pequena cidade de Gentry, mas vem de um mundo de túneis e águas escuras e lamacentas. Ele é um substituto — deixado no berço de um bebê humano há dezesseis anos. Agora, em virtude de uma alergia fatal a ferro, sangue e solo consagrado, Mackie está morrendo aos poucos no mundo dos homens. Essa iminente morte faz com que ele saia de seu casulo e vá em busca de respostas.

Bem, eu tinha muita espectativa com esse livro por causa da sua sinopse e por já ter lido algo sobre o "substituto" em The Iron King de Julie Kagawa (O Rei do Ferro no Brasil). Esses 2 livros não têm nada a ver um com o outro, mas o conceito de "Substituto" é o mesmo, desenvolvido de maneiras bem diferentes.
 
A primeira surpresa que eu tive ao ler foi o narrador ser um garoto. Tirando os livros Dezesseis Luas/Dezessete Luas é muito raro ver um rapaz narrar a história em 1° pessoa já que uns 80% que eu leio tem ponto de vista feminino. A outra supresa foi o clima sombrio do livro. A autora conseguiu passar bem o clima da cidade de Gentry.

Mackie é um personagem que gosta de ficar no quadrado dele, vivendo como todo mundo apesar da sua "alergia" ao ferro. Isso muda quando a irmã de Tate desaparece. Mesmo sem querer no início, ele começa a descobrir várias verdades sobre a cidade que faz com que ele não possa ficar sem fazer nada.
As crianças continuariam a ser substituídas. Gentry continuaria fingindo não ver, como sempre fazia. O único problema é que eu não conseguiria continuar a viver comigo mesmo. [Página 272]
Já a Tate é uma garota com a família despedaçada, ela não entende como todos podem fingir que nada aconteceu com a irmã, já que todos sabem que ela desapareceu e foi dada como morta. Outro personagem que gostei foi o Roswell, melhor amigo de Mackie, que não liga para o que ele é e sempre o apoia. E tem a super irmã de Mackie, Emma. Ela cuidou dele desde bebê e é como uma segunda mãe para ele.

Gentry é cheia de pessoas que vivem fingindo que nada acontece. Chegou uma hora que me deu é raiva de toda essa passividade. Sim, eles vivem assim há anos, tem motivo para isso, mas e aquela tal de coragem para se unirem e mudar as coisas? Bem, ironicamente isso só acontece com o Mackie que resolve sair da sua zona de conforto (ele nem é um deles) e chutar o balde.
-A gente pode não falar nisso, por favor?
Emma  suspirou fundo e se virou para mim.
-Estou cansada de não falar nisso. Você reparou que todo mundo na cidade parece desesperadamente determinado a fingir que não há nada de errado? [Página 40]
Uma coisa que não me convenceu muito foi o romance entre Mackie e Tate. Até então eles não tinham nem uma amizade de colegas de escola, então começam a sentir atração um pelo outro? Amor a primeira vista com certeza não se aplica nesse caso.

Eu não li a versão original em inglês, por isso não sei como ficaria tradução (nem sou especialista nisso), mas era um tal de "fiz que sim", "fiz que não", "ela fez que sim"  ao longo dos capítulos que começou a me irritar. Talvez seja só implicância minha, já que não estou acostumada a ver tantas vezes essa expressão num livro só... Encontrei também umas letras trocadas em algumas palavras, mas como eu li a prova do livro não posso afirmar que terá o mesmo na cópia impressa final.

Adorei o fato da editora manter a capa original que tem muito a ver com a história. O livro é dividido em quatro partes e alguns "objetos" pendurados no berço representam essas partes. O porquê que eles estão penduradas no berço só lendo para descobrir.

Apesar de ter gostado da história sombria com um leve toque de suspense, a falta de atitude da maioria dos moradores da cidade e os vários "fiz que sim" não me permitiram dar uma classificação maior ao livro.


Beijos, Érica Marts


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