Resenha: O Que Restou de Mim de Kat Zhang

Título: O Que Restou de Mim
Série: As Crônicas Híbridas #01
Autora: Kat Zhang
Editora: Galera Record
Gênero: Young Adult, Distopia, Fantasia
Ano: 2014
Páginas: 320
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Sinopse: Addie e Eva são híbridas – duas almas no mesmo corpo. Em sua realidade, todos nascem assim – mas, ainda na infância, uma das almas torna-se dominante. Mas isso nunca acontecia com as duas. Considerados instáveis e perigosos, os híbridos foram perseguidos e eliminados das Américas. E quando o segredo delas é ameaçado, Eva e Addie descobrirão da pior forma que há muito mais sobre os híbridos do que os noticiários de TV e os livros de história contam.

O Que restou de Mim se passa em um mundo onde as pessoas nascem com duas almas e ainda em criança devem passar pela “definição” de qual é a alma dominante e qual a recessiva. Dentre elas, apenas a dominante é que poderá restar naquele corpo, enquanto a recessiva deverá desaparecer para sempre. Quando isso não acontece, a pessoa se torna híbrida, o que nessa sociedade é considerado instável e perigoso e por isso são perseguidos e sabe-se lá às consequências para aqueles que são descobertos.

Quanto mais minha força diminuía, mais ferozmente eu lutava para ficar, avançando de todas as maneiras que podia, tentando convencer a mim mesma de que não desapareceria. Addie me odiava por isso. Eu não conseguia evitar. Lembrava da liberdade que costumava ter; nunca de forma completa, é claro, mas me lembrava de quando eu podia pedir nossa mãe um copo d’água, um beijo quando caíamos, um abraço. 

Eva e Addie nasceram no mesmo corpo, mas de alguma forma não conseguem se definir. Durante anos, médicos e especialistas tentaram tratamentos para que a alma dominante finalmente tomasse conta daquele corpo. Até que elas chegam próximas da adolescência e todos acreditam que Addie é a única alma que restou e que Eva não mais existe, mas elas escondem de todos a verdade: Eva ainda está ali, mesmo que não possa mais ter controle do corpo como Addie e ninguém pode descobrir que elas se tornaram híbridas, porque as consequências podem ser fatais.

Ficamos observando o carro se afastar.
Fuja. A palavra reverberava dentro de nós.
Eu sempre vou me perguntar o que teria acontecido se o tivéssemos ouvido. 

Esse foi mais um livro que foi uma montanha russa de emoções pra mim. No inicio gostava das protagonistas, mas aos poucos fui chegando a conclusão que gostava mais de Eva. Só que chegou a um ponto que Eva fez algo que me irritou bastante e fiquei sem saber se realmente gostava de uma delas. Sabe quando acontece algo que para o leitor fica óbvio de cara, mas o personagem não consegue enxergar isso e faz uma grande besteira? Pois é. Mas, ainda bem que ao longo do livro elas foram evoluindo e se tornaram personagens que já não me irritavam mais. Quanto aos personagens secundários, eu gostei de praticamente todos que apareceram. Ao longo da história, conhecemos vários outros híbridos. Ryan é meu preferido. 

A diagramação é simples, mas há momentos no texto, como por exemplo, quando Eva e Addie conversam (em forma de pensamento) em que a fonte do texto muda para diferenciar. A narração é sob o ponto de vista de Eva. Fiquei muito feliz que a Galera manteve a capa original que é linda e combina perfeitamente, fazendo uma mesca de dois rostos, um como se fosse o contorno de perfil e o que vemos de frente. As capas dos três livros (todos já lançados no exterior) vocês podem ver abaixo. 


Tem um tiquinho de nada de romance, que acredito que pode ser mais explorado nos próximos livros, mas definitivamente não foi o foco desse. É interessante vermos que as duas, sendo uma só, são como melhores amigas e têm seus momentos de briguinhas. Mas o legal é que apesar de às vezes quererem coisas diferentes, as duas não pensam apenas em si própria, mas nelas como um tudo. Há momentos em que inicialmente possam ter algum pensamento egoísta, mas no fim das contas percebem que o que acontece com uma, afeta a outra.

Meu controle motor desapareceu, sim, mas eu fiquei, presa em nossa cabeça. Observando, ouvindo, porém paralisada. Ninguém além de Addie e de mim tinha conhecimento disso, e ela não contaria. Nessa época sabíamos o que esperava as crianças que nunca se definiam, que se tornavam híbridas. Nossa cabeça estava cheia de imagens das instituições onde elas eram amontoadas e de onde nunca mais voltavam. 

Livros com a temática distópica, costumam sempre abordar tramas cheias de segredos e esse não é diferente. Ao longo da história, vamos juntos com os personagens descobrindo alguns e ficando novas perguntas no ar. 

O enredo é bem interessante e diferente da maioria dos livros do gênero. O final não tem uma reviravolta que nos deixe desesperados pela continuação, mas deixa perguntas sem respostas e situações para serem resolvidas. Eu esperava um pouco mais de ação, mas eu sempre espero isso quando um livro tem aspectos distópicos rs. Apesar de não ter tanta reviravolta ou ação como eu gostaria, gostei do livro, do enredo, dos personagens, pretendo ler as continuações e recomendo para quem curte o gênero.



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