Título: A Batalha dos Mortos
Série: As Crônicas dos Mortos #2
Autor: Rodrigo de Oliveira
Editora: Faro Editorial
Gênero: Terror, Suspense, Pós-Apocalíptico, Ação
Ano: 2014
Páginas: 310
Sinopse: Ano 2018. À passagem de um planeta próximo da órbita da Terra, o que era para ser um dia de festa... Pessoas do mundo inteiro prepararam-se para um espetáculo astronômico mas o evento se transforma num pesadelo. Um dia após à maior aproximação do planeta, um imenso calor sobrevêm e 2/3 de todas as pessoas do mundo transformam-se em zumbis. Em São José dos Campos, um grupo cria um centro de refugiados para milhares de pessoas... eles reuniram condições de sobrevivência com água, alimentos e criaram uma grande fortaleza. Agora dedicam-se a encontrar outros focos de resistência e ajudar peregrinos do grande apocalipse. Eles não sabem, mas essa pode ser a maior comunidade de vivos na face da terra. No entanto, próximo a eles, uma outra resistência - perversa e potente -, também cresce. Um grande Comando do Exército é tomado por criminosos do presidio de segurança máxima de Taubaté. Eles resistiram aos zumbis, escravizaram outros humanos e, fortemente armados, se tornam uma ameaça letal à comunidade vizinha. Uma batalha está para acontecer. Um cerco para salvar vidas. E em meio a isso, inúmeras histórias de pessoas vivendo em situações-limite, muito além da sua imaginação. Livro II da série mais original sobre Zumbis desde The Walking Dead!
Hey leitores! Como vocês estão? Eu estou ótima! Amo fim de ano e todo esse clima natalino... Mas o livro de hoje, A Batalha dos Mortos, não tem nada de "clima natalino", não mesmo!
"E naqueles dias, os seres tinham couraças como couraças de ferro; e o ruído das suas asas era como o ruído dos carros, quando muitos cavalos correm ao combate."
Apocalipse (9:9) - A visão da guerra
Esse é o segundo livro da saga As Crônicas dos Mortos, que é composta por cinco livros. A resenha do primeiro livro intitulado, O Vale dos Mortos, está aqui. Eu tento falar dos livros sem falar nada que comprometa o desenrolar da história, então eu acredito que mesmo que você não tenha lido o primeiro livro, pode ler tranquilamente esta resenha. A resenha, não o livro! Pois você só pode ler A Batalha, após ler O vale (somente pra via de entendimento da ordem cronológica dos acontecimentos). Eu preciso confessar, A Batalha prendeu bem mais a minha atenção que O Vale. Se o Rodrigo seguir nesse ritmo, não vejo a hora de ler, A Senhora dos Mortos.
A história...
A Batalha dos Mortos já inicia com a mesma tensão que terminou O Vale, o caos que está a vida dos nossos protagonistas Ivan e Estela e todos os moradores do Condomínio Colinas em São José dos Campos - SP (local em que Ivan e todos os outros sobreviventes, conseguiram transformar em refúgio após toda a loucura em que se transformou o planeta). O mundo não é mais o mesmo, após o aparecimento do planeta Absinto, ele não se extinguiu, mas Absinto trouxe algo tão igualmente pior que a destruição do planeta, causou a transformação de humanos em horríveis criaturas, que em O Vale foram denominados, zumbis.
Em A Batalha, Rodrigo nos permite saber um pouco sobre, como ficou o mundo fora dos muros do Condomínio Colinas. Nós conhecemos novos personagens, dentre eles, uma das que eu considero um dos principais, que narra a grande maioria dos acontecimentos desse livro, e acredito que vá aparecer mais ainda no terceiro livro, Isabel. Ela é uma mulher "especial", e descobrimos isso no decorrer da leitura. Através dela, Ivan e sua "comunidade", tomam conhecimento de uma outra resistência, só que esta, composta por criminosos do presídio de segurança máxima da cidade de Taubaté - SP. Conseguem imaginar? Uuuuuiii que medo! Eles tomaram um grande Comando do Exército! Criminoooosos! Livres! Lá, diferente da comunidade formada no Condomínio Colinas, após a chegada de Absinto, eles passaram a escravizar outros humanos. E quando Ivan descobre isso, é claro, com a ajuda do seu "pessoal", vai tentar resgatar essas pessoas e, é aí, que a história continua...
"- Estela, eu sou muito grata por tudo o que vocês fizeram, mas tenho alguns assuntos muito importantes para conversar com você e Ivan. Vocês teriam um instante amanhã cedo?
- Claro que sim, Isabel! - Estela respondeu, solícita. - Basta nos procurar na administração. É algo grave? - Ela teve um repentino mau pressentimento.
- Eu diria que é algo grave e perigoso - Isabel afirmou, séria. Decidira que estava na hora de falar a respeito de um animal chamado Emmanuel."
O que eu amei...
Eu gostei muito de A Batalha dos Mortos. Me prendeu bem mais que o primeiro livro (que já achei bom). O Rodrigo é um escritor bastante perspicaz, com certeza ele estava atento ao feedback de O Vale dos Mortos, e em A Batalha, ele deu seu "toque de mestre". Fiquei interessada de verdade nas histórias paralelas, que acontecem ao redor da história central e como elas se interligam, queria saber tudo sobre a Isabel e sua família, e os outros personagens secundários. Achei incrível como ele soube "abrasileirar" as histórias sem ficar parecido com "novela da Globo", não me levem a mal, eu amo nosso país, e toda essa saga se passa no Brasil, o que é incrível! Mas nós vemos tantas histórias por aí, tão mal contadas que mais parece filme de baixo orçamento. E o Rodrigo conseguiu elevar isso a um novo patamar. Incrível!
Eu gosto de como a saga não é só sangue e mutilação, nós conhecemos os personagens, suas vidas, suas histórias, romances, trabalhos, frustrações, realizações, medos... Isso é importante, pois até os monstros de olhos leitosos e expressões ferozes, tem uma história. Outro detalhe que me deixou confortável, foi o autor dar uma explicação meio que "espiritual" a toda essa loucura. No primeiro livro, eu citei um quote que dava a entender isso, e eu torci que ele falasse um pouco mais sobre isso no segundo livro, e ele fez. Gostei muuuito!
"- Sinceramente, eu acho que todos precisamos manter a mente aberta. Afinal de contas, apenas um ano atrás ninguém imaginava que poderiam surgir zumbis matando pessoas por aí. Mas parece tão absurdo... Não poderiam ser cometas? - Estela sugeriu.
- Impossível. O comunicado dizia que os pontos luminosos se deslocavam a cerca de um décimo da velocidade da luz. Não existe nenhum tipo de corpo celestial que se desloque tão rápido. Sua velocidade era quinhentas vezes maior, em média, do que seria esperado de um cometa ou meteoro - Oscar foi categórico.
- Agora entendi por que você os chama de desalmados, faz sentido. - Ivan o fitava, pensativo."
Eu também senti beeeem mais pavor nesse livro, é um suspense eletrizante, eu não consegui largar até o fim da leitura, e o melhor, diferente de O Vale, esse me deixou muito com o gostinho de quero mais, fiquei bastante curiosa e ansiosa por A Senhora dos Mortos. Queria poder colocar bem mais quotes, mas com um livro assim, fica fácil de dar um big spoiler.
E mais uma vez, (como sempre, com todos os seus livros), a Editora Faro fez um trabalho impecável com essa edição. Dá gosto de ler o livro. Capa e contra capa perfeitas, ilustrações incríveis, e também a cada início de capítulo ficaram muito bem feitas, muito boas fazendo referências a história. Páginas amarelas, fonte de tamanho adequado... E gente, eu preciso falar dos marcadores, que trabalho primoroso! Eu sou muito fã da editora, com certeza, na Faro, são todos verdadeiros leitores. Pois eles fazem um trabalho de verdade pensando em nós leitores apaixonados. Deixo aqui registrado o meu muito obrigada!
O que me incomodou um pouco...
Tenho pouquíssimas ressalvas. A primeira delas é que por mais que seja um livro de leitura fluída, um suspense eletrizante, algumas vezes quando o acontecimento estava no seu ápice, no meio tinha tantos detalhes descritivos, que eu meio que desacelerava, e eu não gostava disso, queria o frio na barriga em sua forma crua, e isso em alguns momentos devido às descrições, não rolou.
Outro incômodo, foi na verdade um personagem, a Isabel. Eu a achei tão contraditória que em muitos momentos, ela não parecia ser a pessoa descrita no início do livro. A única desculpa plausível que eu pude encontrar, foi que em situações de extremos, algumas pessoas agem de forma completamente oposta ao seu verdadeiro eu, OU, mostram o seu eu verdadeiro. Eu pensei por várias vezes, "que pessoa egoísta"! Isso me incomodou muito...
Melhor quote...
"Eram muitos, vindos de diversas direções. 'Ela' começou a sentir a respiração cada vez mais pesada e o corpo ficando entorpecido, junto com uma enorme vontade de vomitar. Sabia estar infectada, já vira aquilo acontecer. Em breve aquele pesadelo terminaria, e uma nova e desconhecida fase começaria. Pensou em se matar, mas não tinha coragem. Só rezava para que tudo acabasse. Tinha esperanças de que aqueles seres não guardassem lembranças, vontades ou medos. Fossem apenas cascas ocas e mortas."
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