Resenha: Caminhos de Sangue (Moira Young)

Título: Caminhos de Sangue
Autor(a): Moira Young
Série: Dustlands #1
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580571943
Páginas: 352
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Saba passou a vida inteira na Lagoa da Prata, uma imensidão de terra desértica assolada por constantes tempestades de areia. O lugar não a incomoda, contanto que o irmão gêmeo, Lugh, esteja por perto. Quando, porém, uma gigantesca tempestade chega trazendo quatro cavaleiros de mantos negros em seu rastro, a vida que Saba conhece chega ao fim: Lugh é raptado e ela tem que embarcar em uma perigosa jornada para resgatá-lo. Repentinamente jogada na realidade selvagem e sem lei do mundo além da Lagoa da Prata, Saba não consegue pensar no que fazer sem Lugh para guiá-la. Por isso, talvez a maior surpresa seja o que descobre sobre si mesma: é uma lutadora incansável, uma sobrevivente feroz e uma oponente perspicaz. Com a ajuda de um audacioso e atraente fugitivo e de uma gangue de garotas revolucionárias, Saba se torna a protagonista de um confronto que vai mudar o destino de sua civilização. Com ritmo arrasador, ação constante e uma história de amor épica, Caminhos de sangue é uma aventura grandiosa ambientada em um mundo futurista e violento.

Gosto bastante de distopias, e é claro que eu estava curiosíssima para ler Caminhos de Sangue, primeiro livro da trilogia Dustlands da autora Moira Young e publicado pelo Brasil pela Intrínseca.

Caminhos de Sangue foi um livro que me surpreendeu bastante. Apesar de ser bastante comparado ao livro Jogos Vorazes de Suzanne Collins, e de em certos momentos haver alguma semelhança, no geral são livros diferentes.

Saba é uma jovem de dezoito anos, irmã gêmea de Lugh. Apesar de teram nascido no mesmo dia, no solistício de inverno, eles são bastante diferentes. Lugh é loiro, olhos azuis, Sabe é morena, e possui olhos castanhos. Lugh é luz, Saba escuridão. Apesar de serem fisicamente bem diferentes, os dois partilham algo em comum: o amor que um sente pelo outro.
Eles vivem na Lagoa da Prata, um lugar quase deserto e com condições bastante precárias, com o pai, um homem que sabe ler as estrelas, e Emmi, a irmã mais novinha e quem Saba culpa pela morte da mãe.
De repente, três homens aparecem na Lagoa da Prata, a mando do Rei, e levam Lugh embora. A vida de Saba muda completamente e ela esta disposta a enfrentar tudo e todos, custe o que custar para resgatar Lugh, o irmão que ela tanto ama.

O livro é narrado em primeira pessoa por Saba, uma garota forte, determinada e bastante corajosa.

A escrita de Moira Young foi uma grande surpresa para mim. Como Saba e a grande maioria dos personagens nunca estudaram, a narrativa é bastante informal, e muitas vezes nos deparamos com palavrinhas como "tava", "entendeno", "fazeno", etc. Eu estranhei muito o estilo de escrita da autora no início do livro, mas no decorrer da história acabei me acostumando. Apesar de ser diferente, a narrativa flui bem, é envolvente, prende o leitor desde a primeira página e o ajuda a se conectar com a história.

Apesar de ser um livro distópico, pouco conhecemos do mundo criado pela autora.  Além de ser ambientado no futuro, algumas pistas nos vão sendo dadas pelo caminho. Espero que o mundo em que Saba vive seja melhor explicado no segundo volume, pois estou curiosa para conhece-lo mais um pouco.

Eu gostei bastante dos personagens, acho que foram bem construidos. Eu adorei a Saba, ela é uma protagonista muito forte, determinada, focada no objetivo, e também um pouquinho teimosa. Emmi, a irmã caçula, foi uma personagem que também me surpreendeu. Apesar de aparentemente frágil, ela  possui em si uma grande força e coragem. Também adorei o Nero, o corvo de estimação da Saba.

Os caminhos que Saba terá de percorrer para resgatar o irmão aguarda várias surpresas, algumas bem desagradáveis, mas em nenhum momento o desenvolvimento da história me cansou, muito pelo contrário, fui completamente arrebatada.

Álem de estar recheado de açãó do início ao fim, também há um romance intenso e cativante entre Saba e Jack. achei muito forte a química entre o casal.

É um livro maravilhoso, intenso e indicado para quem gosta de fortes emoções.

E é claro que eu estou ansiosa pela continuação, Rebel Heart, ainda sem previsão de lançamento no Brasil.

O Lugh nasceu primeiro. No solistício de inverno, quando o sol fica bem baixinho no céu. Depois fui eu. Duas horas depois. Isso já diz tudo. O Lugh vai primeiro, sempre primeiro, e eu venho atrás. E assim tá bem. Assim tá certo. É assim que tem que ser.

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