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Resenha: Cinder de Marissa Meyer

Título: Cinder
Autora: Marissa Meyer
Editora: Rocco
Gênero: Fantasia, Ficção Científica, Reconto, Young Adult
Ano: 2013
Páginas: 448
Sinopse: Num mundo dividido entre humanos e ciborgues, Cinder é uma cidadã de segunda classe. Com um passado misterioso, esta princesa criada como gata borralheira vive humilhada pela sua madrasta e é considerada culpada pela doença de sua meia-irmã. Mas quando seu caminho se cruza com o do charmoso príncipe Kai, ela acaba se vendo no meio de uma batalha intergaláctica, e de um romance proibido, neste misto de conto de fadas com ficção distópica. Primeiro volume da série As Crônicas Lunares, Cinder une elementos clássicos e ação eletrizante, num universo futurístico primorosamente construído.

Em um mundo futurístico, Cinder é uma humana/android de 16 anos. Ela é a mecânica mais reconhecida de Nova Pequim, mas suas peculiaridades fazem as pessoas se afastarem. Ela vive com sua madrasta e duas meias-irmãs. Peony é sua única amiga e boa com ela, mas Pearl, junto com a madrasta, não gosta dela. Num dia comum de trabalho ela recebe a visita do príncipe Kai para que conserte um ciborg antes do baile anual, onde há boatos de que o príncipe está em busca de uma noiva, mas antes de conseguir consertar o ciborg, algo inesperado acontece. 

Sua irmã Peony é infectada por um vírus que ainda não possui cura e está matando a todos que são infectados. Assim, sua madrasta a envia como "voluntária" a cobaia para a busca da cura, onde até agora ninguém sobreviveu. Ao começarem os testes com ela, os pesquisadores descobrem que ela é diferente de tudo que conhecem e que o motivo é algo pelo qual existam pessoas dispostas a matar para conseguir. 
Na parte inferior da tela surgiu uma informação: TAXA: 36%.
Ela era 36,8% inumana.
Nesse mundo criado por Marissa Meyer existem os seres lunares, que vivem na lua, são manipuladores e possuem um poder de controlar a mente dos humanos. Sua rainha atual, Levana, quer uma aliança com a Terra, através de um casamento com o príncipe Kai, em troca de não começar uma guerra contra eles. Ela é má, ditadora e manipula as pessoas a seu redor. A possível aliança que pode formar com Kai faria com que os humanos tivessem que se submeter a sua ditadura e maldade e a não aliança levaria a uma guerra, ou seja, de um jeito ou de outro as coisas não são boas para os terráqueos. Kai terá que decidir seu futuro e o de sua nação em breve, pois a rainha Levana chega a Terra querendo sua resposta. 
[...] Lunares eram pessoas cruéis e selvagens. Eles matavam suas crianças que nasciam sem o dom. Mentiam, trapaceavam e faziam lavagem cerebral uns nos outros porque podiam. Não se importavam com o mal que fariam, desde que fossem beneficiados.
A narração é feita em terceira pessoa, mas não somente sobre a visão de Cinder. Achei a linguagem um pouco complicada e a leitura não fluiu muito bem comigo, apesar da história estar interessante. Demorei a me acostumar com a narrativa, mas a história foi ficando melhor ao passar das páginas e isso ajudou muito. O acabamento do meu livro não foi bom, pois com apenas uma leitura as páginas pareciam que iriam descolar (não ia dizer não, mas meus livros da editora tem essa tendência  a descolar #ProntoFalei). Fiquei traumatizada depois de acontecer isso com meu livro preferido Jogos Vorazes (sorte que sou fã enlouquecida e coleciono em inglês, além de ter o box em português de "lembrança", porque gosto mesmo é de ler no original).

Cinder é uma personagem interessante, gostei de sua personalidade. Kai foi quem eu mais gostei. O pouco relacionamento que eles têm um com o outro foi uma das partes mais legais da história, porque era fofo e eu ficava torcendo por eles. 

Achei algumas coisas previsíveis e descobri as revelações finais já no início do livro, mas isso não tirou a graça da história que começou a me conquistar mesmo já quase na metade devido a narrativa que me cansou um pouco. O final deixa pontas soltas para a continuação, chamada Scarlet, onde além de Cinder temos uma nova protagonista.

Cinder foi uma versão voltada para Cinderela e Scarlet uma versão voltada para a história da Chapeuzinho Vermelho. Há ainda um terceiro livro, Cress, com Rapunzel e o quarto e último Winter (2015 no exterior) com Branca de Neve. Todos eles envolvem a personagem do primeiro livro Cinder. Além dos livros há 3 contos que se passam entre um livro e outro. 

Apesar das dificuldades iniciais com a leitura e a má qualidade da cola nas páginas, eu adorei a história e estou ansiosa pela continuação (que eu tenho em inglês). Foi interessante a mistura de conto de fadas, ciborgues, elementos distópicos e pós-guerra na história. Recomendo para quem gosta do gênero, de contos de fadas reescritos, e tudo mais que citei!






Resenha: O Livro dos Vilões de Cecily Von Ziegesar, Diana Peterfreund, Carina Rissi e Fabio Yabu

Título: O Livro dos Vilões
Autores: Cecily Von Ziegesar, Diana Peterfreund, Carina Rissi, Fabio Yabu
Editora: Galera Record
Gênero: Releitura, Conto de fadas
Ano: 2014
Páginas: 320
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Sinopse: Organizado da mesma forma que O livro das princesas – também com o esquema de dois populares autores nacionais, e dois nomes famosos do exterior – O livro dos vilões reúne estes autores para uma coletânea de contos sobre vilões icônicos dos contos de fadas. As irmãs de Cinderela? Malévola? Madrastas e lobos? Carina Rissi, Cecily Von Ziegesar, Diana Peterfreund e Fábio Yabu estão aqui com a mensagem: este não é um livro tão bonzinho quanto o seu antecessor. · Cecily Von Ziegesar é a popular autora das séries It Girl e Gossip Girl, esta última que inspirou o seriado na televisão. · Diana Peterfreund é autora das séries Sociedade Secreta e Caçadora de Unicórnios. · Carina Rissi é autora dos populares Procura-se um marido e Perdida, publicados pela editora Verus, que já venderam mais de 40 mil exemplares no Brasil. · Fábio Yabu já publicou, pela Galera, seu livro A última princesa.

Bom pessoal, minha resenha será dividida em quatro partes, um para cada conto, para ser mais justa. E vou colocar na ordem dos que mais gostei para os que menos gostei. E a classificação será individual.



Em “Menina Veneno”, Carina Rissi nos apresenta Malvina, jovem, linda e rica, ela perdeu o marido (um famoso piloto de fórmula um) no ano passado e ficou com a tutela de Bianca, sua enteada. As duas são modelos e quando Bianca consegue um trabalho que sempre foi de Malvina como destaque do perfume Menina Veneno é que os “problemas” de Malvina começam. 
Está vendo a menina pálida e sem graça que não sabe arrumar os cabelos sozinha? Essa é a filha de Henrique. Sou responsável pela menina até que ela complete os malditos 18 anos. Bianca é a causa de todas as minhas dores de cabeça e a razão pela qual você está aqui agora, me ouvindo, não é mesmo, meu bem?
Malvina fala diretamente com o leitor, como se fosse uma conversa informal. Ela nos conta sua “verdadeira história” e não a fabricada por aí que a torna uma vilã. Ela é viciada em beleza, é metida, invejosa, arrogante e sempre está verificando um aplicativo no iPad que analisa suas feições e diz qual a porcentagem de perfeição de seus traços. Ela odeia Bianca e acha que ela é a culpada de todos os seus problemas. Bom, acho que já deu pra perceber de qual conto estou falando, certo? Branca de Neve lembra alguma coisa?

Esse quote mostra bem como ela conversa diretamente com o leitor: 
[...] Aliás, se quiser posso te dar o telefone da Jaqueline. Talvez ela dê um jeito nessas manchinhas perto de sua orelha. Também conheço um ótimo cirurgião, caso queira fazer alguma coisa com esse nariz.


Em “A Menina e o Lobo”, Fábio Yabu, nos conta a história do lobo mal que aparece em alguns contos de fada: chapeuzinho vermelho, os três porquinhos, etc. Nele, o lobo está cansado de sempre levar a pior, sendo machucado pelo caçador e ignorado pelos outros personagens de contos de fadas. Ele quer fugir daquele Reino para o “Outro Reino”, em que vivem os seres humanos, onde ele seria livre para fazer o que quiser. Com a ajuda do oitavo anão, ele irá em busca de uma forma de sair dali escondido do Narrador (que tudo vê) para ser feliz. 
[...] era impossível fazer qualquer coisa que escapasse ao olhar inquisidor do Narrador. Como um deus vingativo e mimado, Ele observava cada ação de cada ser naquele Reino e, caso algum de sues mandamentos fosse violado, podia castigá-lo da maneira que bem quisesse, descrevendo-a em sua pedante e enfastiosa narrativa.
O diferencial nesse conto é que um dos personagens principais seria o ‘Narrador’, mas quem nos conta a história é o lobo e é como se tudo se passasse nos "bastidores dos contos de fadas". O autor fez algo bem interessante e inovou. O conto se passa nos dois Reinos e tem vários momentos que me fizeram rir. Há momentos em que são citadas celebridades e entidades jornalísticas que deram um humor muito interessante. A diagramação também ficou legal, porque quando passado no mundo dos humanos, há partes em que há notícias em jornais ou tweets de celebridades e a diagramação segue esse padrão para diferenciar do texto normal. Não faz muito sentido para que não leu, mas não posso falar mais pra não dar spoiler, mas é interessante. Só achei a linguagem um pouco complicada para o público ao qual o livro é direcionado.


Em “Quanto Mais Afiado o Espinho”, Diana Peterfreund nos conta a história de Malena, cuja família é bruxa, mas tudo que ela quer é ser normal, ir pra escola, ter amigos. Quando sua mãe a deixa ir para a escola pela primeira vez (no ensino médio), ela conhece, ainda nas férias, Flo, Marie e Fawn que se tornam suas amigas, sem saber quem Malena realmente é. Mas ao ter seu segredo exposto, sua vida muda e ela vai descobrir que a vida na normalidade não é como ela imaginava. 
Agora sei porque minha mãe se esconde - e não é só porque as pessoas a odeiam. É porque o mundo está cheio de coisas que ela fez e coisas que ela desfez, e elas lhe atiram pedras sempre que ela se arrisca do lado de fora do portão.
A narrativa é sob o ponto de vista de Malena, que não foi uma personagem que me conquistou em nenhum momento. A achei manipulável, “Maria vai com as outras”, precoce e bem chatinha. Na história vemos hipocrisia, bullying, sexualidade, vingança, traição e mais. Infelizmente não me agradou e o final abrupto, rápido e sem exatamente um fechamento, só piorou tudo.


Em “#Stepsisters – Sobre Sapatos e SelfiesCecily Von Ziegesar nos conta a história de Cindy e suas meias-irmãs Dizzy e Nastia. Elas são viciadas em sapatos e em tirar selfies e postar no instagram. São gêmeas, lindas, ricas e maltratam Cindy. Já deu pra perceber que é um reconto da Cinderela né? A história se passa em menos de um dia, quando elas vão a um baile, Cindy não pode ir, mas claro que vai e fica com o “príncipe”. 

Se não fossem umas 50 páginas, eu teria abandonado esse conto logo após a primeira página. A história é completamente surreal, não fez nenhum sentido pra mim e não havia coerência. Achei as personagens chatas e desinteressantes. A narração é feita sob o ponto de vista de todos e às vezes fica confuso porque não há separação clara entre as falas. Infelizmente não encontrei nada de positivo a ser dito sobre esse conto.

E é isso aí pessoal... não pude falar muito de nenhum dos contos porque eles são curtinhos e acabaria dando spoiler. Os contos internacionais são mais curtos, em torno de 60 páginas, enquanto os nacionais são maiores, em torno de 100 páginas. Pra mim, os contos nacionais valem a pena de serem lidos, mas os internacionais não me agradaram, principalmente o da Cecily. 





Resenha: Princesa Adormecida de Paula Pimenta

Título: Princesa Adormecida
Autora: Paula Pimenta
Gênero: Juvenil, Romance
Editora: Galera Record
Ano: 2014
Páginas: 192
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Sinopse: Era uma vez uma princesa... Você já deve ter ouvido essa introdução algumas vezes, nas histórias que amava quando criança. Mas essa princesa sou eu. Quer dizer, é assim que eu fiquei conhecida. Só que minha vida não é nada romântica como são os contos de fada. Muito pelo contrário. Reinos distantes? Linhagem real? Sequestro? Uma bruxa vingativa? Para mim isso tudo só existia nos livros. Meu cotidiano era normal. Tá, quase normal. Vivia com meus (superprotetores) tios, era boa aluna, tinha grandes amigas. Até que de uma hora pra outra, tudo mudou. Imagina acordar um dia e descobrir que o mundo que você achava que era real, nada mais é do que um sonho. E se todas as pessoas que você conheceu na vida simplesmente fossem uma invenção e, ao despertar, percebesse que não sabe onde mora, que nunca viu quem está do seu lado, e, especialmente, que não tem a menor ideia de onde foi parar o amor da sua vida. Se alguma vez passar por isso, saiba que você não é a única. Eu não conheço a sua história, mas a minha é mais ou menos assim...

Acredito que todo mundo já conheça alguma história da Bela Adormecida e ultimamente vários contos de fadas estão sendo relançados de uma forma diferente. É o que acontece com Princesa Adormecida. Nele conhecemos Anna Rosa (que na verdade se chama Áurea), já com seus 16 anos, filha de um homem com uma importante família em um país totalmente desconhecido e mesmo que seu pai não seja o príncipe ou o rei, ele é de uma linhagem real. Por isso, ela se torna alvo de Marie Malleville, uma francesa louca que não aceita ter sido rejeitada por ele. Sendo assim, Áurea acaba tendo sua morte forjada e é levada para viver com seus tios no Brasil aos 5 anos de idade (e muda de identidade). Lá ela cresce, longe dos pais que ela acredita estarem mortos e em um ambiente superprotetor. 

Apesar de acreditar que é tudo coisa de sua imaginação, seus tios deixam claro que ela não pode contar nada sobre seu passado para ninguém, afinal sua captora ainda não foi encontrada e pode estar à espreita, mas esse detalhe não lhe é contado. Ela estuda em um internato só para meninas, é proibida de sair ou de falar com estranhos. Mas as coisas mudam quando ela completa 16 anos e alguém que se diz chamar Phil, começa a trocar mensagens pelo celular com ela. Eles logo parecem se apaixonar, mas nem sempre tudo é como um conto de fadas... 
De tanto viver enclausurada, você criou um mundo paralelo na sua imaginação e acha que a vida é um livro de princesas. Pois saiba que a realidade é diferente. Não existem príncipes destinados para nós desde o nascimento, nem bruxas malvadas, muito menos fadinhas para realizarem nossos sonhos. Na vida real, são os amigos que nos ajudam a conseguir o que queremos. Que nos dão força. Que salvam nossa pele nas épocas difíceis. É uma pena que você não saiba disso.
Sou grande fã da Paula Pimenta e por isso fiquei ansiosa por essa história, até porque adorei o conto dela da Cinderela (que aliás, tem uma pontinha nesse livro) no “Livro das Princesas”. A história me pareceu bem legal, mas ao mesmo tempo, não me conectei com a protagonista e acho que isso me impediu de gostar por completo do enredo. Anna Rosa é a típica adolescente e como cresceu “presa” dentro de casa, quando teve a oportunidade de conhecer um garoto, mesmo que através de mensagens, ela se empolga e solta mais do que eu acredito que deveria. Dá pra entender seu modo de agir, mas às vezes eu queria dar uma sacudida nela. 

Seus tios (Florindo, Fausto e Petrônio) são gente boa e a amam, mas são protetores demais. Acredito que a autora quis representar as três fadas madrinhas do conto original em seus tios. 

Não me empolguei muito com a história ou com os personagens, talvez porque eu tenha ido com muita expectativa. Eu adoro livros juvenis, mas infelizmente esse não foi como eu esperava. Não há um desenvolvimento maior da história ou personagens, o enredo não foi de todo consistente e muitas coisas aconteciam mais rápido do que deveriam. 

Apesar de tudo, eu gostei do livro e ele me prendeu numa leitura de algumas horas. Não achei maravilhoso (como todos os livros da Paula que eu li), mas gostei. Acho que alguns podem se identificar com algumas coisas. Eu só achei que ficou faltando algo e também não achei os personagens interessantes. Fica difícil gostar de uma leitura quando a protagonista não te agrada. 

A narração é em primeira pessoa, o livro tem folhas amarelas e a fonte eu não curti muito, mas tem um bom tamanho de letra. De acordo com o diálogo a diagramação das páginas muda. Por exemplo, quando há a troca de mensagens pelo celular, há balões com a conversa. Quando há a troca de bilhetinhos na aula, um pedaço de papel rasgado. E assim vai. A capa é linda e combinou muito. Parece uma tela pintada à mão de uma jovem adormecida de cabelos loiros, segurando seu celular sobre o corpo. As cores escolhidas para a imagem e título, verde, amarelo e azul, contrastaram de forma bela. 

Eu gosto quando um livro me faz sentir alguma coisa, seja ela boa ou ruim, mas Princesa Adormecida, infelizmente não me passou emoção, que é algo que acho essencial numa história. De qualquer forma, recomendo para todos que gostam de romance, de contos de fadas e da Paula Pimenta, até porque a maioria dos leitores estão adorando a leitura.


Resenha: Feitiço de Sarah Pinborough

Título: Feitiço
Série: Saga Encantadas #2
Autora: Sarah Pinborough
Editora: Única Editora
Gênero: Fantasia, Reconto
Ano: 2013
Páginas: 248
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Sinopse: Cuidado com o que você deseja! Para fãs de Once Upon a Time e Grimm, a série Encantadas prova que contos de fadas são para adultos! Você se lembra da história da Cinderela, com sua linda fada madrinha, suas irmãs feias e um príncipe encantado? Então esqueça essa história, pois nesta releitura de Sarah Pinborough ninguém é o que parece. Em um reino próximo, a realeza anuncia um baile que encontrará uma noiva para o príncipe e parece que o desejo de Cinderela irá ganhar aliados peculiares para ser realizado. Contudo, não será fácil: ela não é a aposta de sua família para esse casamento real, e sua fada madrinha precisa de um favorzinho em troca de transformar essa pobre coitada em uma diva real. Enquanto isso, parece que Lilith não está muito contente com os últimos acontecimentos e, ao mesmo tempo em que seu reino parece sucumbir ao frio, ela resolve usar sua magia para satisfazer suas vontades. Feitiço é o segundo volume da trilogia iniciada com Veneno, um best-seller inglês clássico e moderno ao mesmo tempo em que recria as personagens mais famosas dos irmãos Grimm com personalidade forte, uma queda por aventuras e, eventualmente, uma sina por encrencas. Princesas, rainhas, reis, caçadores e criaturas da floresta: não acredite na inocência de nenhum deles! Palavra da editora: Nada é o que parece no segundo volume da saga encantadas! Em Feitiço, Cinderela, com seu desejo desmensurado de fazer parte da realeza, fará qualquer coisa para obter atenção do príncipe. Mas seria mesmo este um final feliz? – Mariana Rolier

No segundo livro da Saga Encantadas, conhecemos a história de Cinderela. Nesse reconto, Cinderela vive com a madrasta Esme, seu pai e sua meia irmã Rose (a outra meia irmã Ivy se casou e já saiu de casa). Como no conto do qual estamos acostumados, ela vive como a “empregada” da casa, fazendo todas as tarefas enquanto Rose tem a atenção de Esme, que está preocupada em conseguir um marido para a filha. 
[...] E era caidinho por ela, que sabia disso, mas nunca o estimulou, por mais extraordinário que fosse. Ela queria mais da vida. Queria o que Ivy tinha, mas com um homem alto e boito. Ela desejava tanto isso, que chegava a doer. [Pág. 25/26]
O príncipe está a procura de sua futura esposa e assim dará um baile onde deverão comparecer todas as mulheres de idade apropriada do reino. E assim, Cinderela conhecerá sua fada madrinha, ganhará seu vestido e sapatinhos de cristal (que nesse caso seriam de diamantes), irá ao tão sonhado baile e dançará com o príncipe como sempre desejou. Mas será que o seu “felizes para sempre” será como ela sempre desejou? Será que o príncipe irá se apaixonar por ela? Será que as consequências do que ela fez irão assombrá-la? Mistério, romance, cenas um pouquinho picantes, intriga, mentiras e muito mais será encontrado nessa história. Ninguém é o que parece ser.
[...] Ela não tinha interesse pelo poder, só queria roupas bonitas, música e diversão. A vida tinha sido bem difícil nos últimos anos. [Pág. 32] 
A Cinderela criada nesse reconto é egoísta, mimada e invejosa, só pensa em ter roupas bonitas, um príncipe e morar no castelo, ou seja, ter uma vida boa. E assim, pensando só em si mesma, acaba não percebendo as consequências que seus atos têm nas pessoas a seu redor. Gostei mais de Rose, sua meia-irmã que parece ter mais cérebro que Cinderela e pensar nas coisas que realmente importam. 
[...] Sua vida ia ser tão ruim assim para sempre? Só trabalho, só ficar na sombra de Rose e de Ivy? A irmã de criação pobre? A plebeia? Talvez fosse como tinha de ser, mas ela só queria uma noite. Uma noite apenas em que se sentisse especial. [Pág. 63] 
Feitiço foi bem melhor do que Veneno em minha opinião. A história foi mais interessante e a Cinderela evoluiu até o final, começando bem mimada e se transformando aos poucos em algo diferente. Ao contrário da Branca de Neve (protagonista de Veneno), que achei bem chatinha. Personagens do livro anterior aparecem de alguma forma e novos entram na história. Como Robin Hood, que tem uma participação curta. 

A diagramação continua linda como no livro anterior. Com o texto bem espaçado das laterais, o que faz com que a leitura fique mais agradável sem ter que dobrar muito a capa. Os desenhos dentro de algumas páginas, o marcador de página junto da contra capa dá um toque especial (mas eu fiquei com pena de destacá-lo rs, sorte que a editora me enviou marcador do livro separadamente). Ah e é claro, a capa linda como em todos os livros da série. 

A leitura foi bem rápida, li no mesmo dia, mas apesar de ter gostado, ainda tiveram algumas coisas que me incomodaram e eu queria respostas melhores, fora que o epílogo foi completamente estranho e sem lógica pra mim. E por isso, dou a nota 3.5, porque foi bom (não ótimo), mas foi melhor que Veneno. Espero em breve ler Poder, último livro da Saga Encantadas.

Resenha: Veneno de Sarah Pinborough

Título: Veneno
Série: Saga Encantadas #1
Autora: Sarah Pinborough
Editora: Única
ISBN: 9788567028002
Ano: 2013
Páginas: 224
Sinopse: Sexy, sarcástico e de prender a respiração! Para os fãs de Once Upon a Time e Grimm, Veneno é a prova de que contos de fadas são para adultos! Não existe “Felizes para sempre”! Você já pensou que uma rainha má tem seus motivos para agir como tal? E que princesas podem ser extremamente mimadas? E que príncipes não são encantados e reinos distantes também têm problemas reais? Então este livro é para você! Em Veneno, a autora Sarah Pinborough reconta a história de Branca de Neve de maneira sarcástica, madura e sem rodeios. Todos os personagens que nos cativaram por anos estão lá, mas seriam eles tão tolos quanto aparentam? Acompanhe a história de Branca de Neve e seu embate com a Rainha, sua madrasta. Você vai entender por que nem todos são só bons ou maus e que talvez o que seria “um final feliz” pode se tornar o pior dos pesadelos! Veneno é o primeiro livro da trilogia Encantadas, e já é um best-seller inglês. Sarah Pinborough coloca os contos de fadas de ponta-cabeça e narra histórias surpreendentes que a Disney jamais ousaria contar. Com um realismo cínico e cenas fortes, o leitor será levado a questionar, finalmente, quem são os mocinhos e quem são os vilões dos livros de fantasia! Palavra da editora: Veneno é um livro tenro como uma maçã envenenada. Belo como os vilões costumam ser. Sarcástico como príncipes mimados. E sem finais felizes porque já estamos bastante crescidinhos! (E, ainda assim, é um dos finais mais chocantes da ficção atual!) Para fãs de séries de TV e histórias picantes e divertidas, Veneno é puro entretenimento! – Mariana Rolier

Todo mundo já conhece alguma história relacionada à Branca de Neve, seja a versão “felizes para sempre”, ou a original ou a da série Once Upon a Time ou alguma outra. Mas o legal é que cada uma é contada de um modo diferente e assim também acontece com Veneno.

Preferi não comentar como é a versão de Branca de Neve contada em Veneno, para não perder a graça. A autora faz algumas mudanças nem tão grandes em alguns momentos, mas em outros muda completamente o enredo mais conhecido da história. O que eu posso dizer é que como diz na contracapa do livro “Não existe Felizes para Sempre!”.

Enquanto lia, imaginei alguns personagens como na série “Once Upon a Time”, mas senti que a linha seguida em Veneno inicialmente era parecida com a linha seguida no livro/filme “Branca de Neve e o Caçador”, com Branca não sendo uma “princesa que usa vestido”, mas sim se veste com roupas mais masculinas e gosta de cavalgar e o caçador contratado para matá-la a levar seu coração para a rainha.
[...] E apesar de ter idade o suficiente para ser seu pai, ela entendia o poder que isso dava a ela. Homens eram simples. Eram manipuláveis. O rei era seu fantoche, e ela ia mantê-lo assim. [Pág. 11] 
A narração é feita pelo ponto de vista da Rainha Lilith, mas o livro também possui partes narradas por Branca de Neve, o caçador, os anões e o príncipe. A narrativa é boa e torna a leitura rápida. Com relação aos personagens, não me apeguei a nenhum deles. A apresentação dos personagens foi um pouco superficial, com exceção da Rainha Lilith. Acho que quem eu menos gostei foi o príncipe, que foi introduzido na história de forma sem graça e os acontecimentos seguintes que o envolvem também não me empolgaram.

Mas apesar dos pontos positivos, os negativos se sobrepuseram um pouco. O enredo me incomodou. Estava esperando por algo mais inovador, mas o que vi foram algumas cenas e acontecimentos rápidos e sem sentido e outras sem nexo. O livro também tem algumas poucas cenas picantes e provocantes, que achei fora de contexto, pois não se encaixavam com o que era apresentado.

O desfecho final, no entanto foi algo inovador, e acredito que muitos irão gostar enquanto outros não. Eu não gostei muito, não pelo acontecimento em si, mas porque eu queria que tivesse algo a mais para ser acrescentado no final. No fim tem um epílogo que envolve personagens secundários e acredito que sirva para introduzir os próximos volumes.

Outra coisa que me incomodou um pouco foi que às vezes parecia que a autora tentou modernizar um pouco algumas coisas e eu não senti como se estivesse lendo um livro que se passa há mais tempo, em um reino mágico, com reis e rainhas, príncipes e princesas.

O que achei interessante durante a leitura, foi que apareceram ou foram citados personagens de outros contos, como a bruxa de João e Maria, os sapatinhos de Cinderela e Aladim. E é claro que esses também não são exatamente como costumamos conhecer pelas histórias que lemos.
[...] A antiga rainha e sua filha tinham o amor do povo. Ela teria seu medo. Era uma emoção mais dura. Enquanto se virava, sentiu uma leve pontada no peito e se perguntou despreocupadamente se não seria uma pequena parte de seu coração ficando negro e endurecido. Que bom!, pensou. O quanto antes, melhor. [Pág. 35] 
Comecei lendo o livro acreditando que conheceria outro lado da Rainha, pois foi o que acreditei que era a premissa do livro, mas mesmo com as mudanças dessa história, para mim a Rainha continua a mesma invejosa e má. Até senti um pouco de arrependimento de vez em quando, só não conseguia perceber se era real ou apenas fingimento.

Com relação à diagramação do livro eu não tenho do que reclamar. A capa é linda e na orelha da contracapa vem anexado o marcador do próximo livro da série, Feitiço. Com páginas amarelas, fonte agradável e legível, margens bem demarcadas e ornamentos antes de cada novo capítulo, a diagramação não pecou em nada. Além disso, o livro possui o primeiro capítulo de Feitiço, continuação da Saga Encantadas, com a história da Cinderela.

Acredito que muitos irão gostar do livro, enquanto outros irão se incomodar com algumas coisinhas, afinal isso é normal, nem toda leitura agrada a todos. E é por isso que recomendo a leitura, para que tirem suas próprias conclusões. 

Quero ler a continuação, até porque gosto da história “bonitinha” da Cinderela e gostaria de ver como a autora vai mexer com ela.