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Resenha: O Livro dos Vilões de Cecily Von Ziegesar, Diana Peterfreund, Carina Rissi e Fabio Yabu

Título: O Livro dos Vilões
Autores: Cecily Von Ziegesar, Diana Peterfreund, Carina Rissi, Fabio Yabu
Editora: Galera Record
Gênero: Releitura, Conto de fadas
Ano: 2014
Páginas: 320
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Sinopse: Organizado da mesma forma que O livro das princesas – também com o esquema de dois populares autores nacionais, e dois nomes famosos do exterior – O livro dos vilões reúne estes autores para uma coletânea de contos sobre vilões icônicos dos contos de fadas. As irmãs de Cinderela? Malévola? Madrastas e lobos? Carina Rissi, Cecily Von Ziegesar, Diana Peterfreund e Fábio Yabu estão aqui com a mensagem: este não é um livro tão bonzinho quanto o seu antecessor. · Cecily Von Ziegesar é a popular autora das séries It Girl e Gossip Girl, esta última que inspirou o seriado na televisão. · Diana Peterfreund é autora das séries Sociedade Secreta e Caçadora de Unicórnios. · Carina Rissi é autora dos populares Procura-se um marido e Perdida, publicados pela editora Verus, que já venderam mais de 40 mil exemplares no Brasil. · Fábio Yabu já publicou, pela Galera, seu livro A última princesa.

Bom pessoal, minha resenha será dividida em quatro partes, um para cada conto, para ser mais justa. E vou colocar na ordem dos que mais gostei para os que menos gostei. E a classificação será individual.



Em “Menina Veneno”, Carina Rissi nos apresenta Malvina, jovem, linda e rica, ela perdeu o marido (um famoso piloto de fórmula um) no ano passado e ficou com a tutela de Bianca, sua enteada. As duas são modelos e quando Bianca consegue um trabalho que sempre foi de Malvina como destaque do perfume Menina Veneno é que os “problemas” de Malvina começam. 
Está vendo a menina pálida e sem graça que não sabe arrumar os cabelos sozinha? Essa é a filha de Henrique. Sou responsável pela menina até que ela complete os malditos 18 anos. Bianca é a causa de todas as minhas dores de cabeça e a razão pela qual você está aqui agora, me ouvindo, não é mesmo, meu bem?
Malvina fala diretamente com o leitor, como se fosse uma conversa informal. Ela nos conta sua “verdadeira história” e não a fabricada por aí que a torna uma vilã. Ela é viciada em beleza, é metida, invejosa, arrogante e sempre está verificando um aplicativo no iPad que analisa suas feições e diz qual a porcentagem de perfeição de seus traços. Ela odeia Bianca e acha que ela é a culpada de todos os seus problemas. Bom, acho que já deu pra perceber de qual conto estou falando, certo? Branca de Neve lembra alguma coisa?

Esse quote mostra bem como ela conversa diretamente com o leitor: 
[...] Aliás, se quiser posso te dar o telefone da Jaqueline. Talvez ela dê um jeito nessas manchinhas perto de sua orelha. Também conheço um ótimo cirurgião, caso queira fazer alguma coisa com esse nariz.


Em “A Menina e o Lobo”, Fábio Yabu, nos conta a história do lobo mal que aparece em alguns contos de fada: chapeuzinho vermelho, os três porquinhos, etc. Nele, o lobo está cansado de sempre levar a pior, sendo machucado pelo caçador e ignorado pelos outros personagens de contos de fadas. Ele quer fugir daquele Reino para o “Outro Reino”, em que vivem os seres humanos, onde ele seria livre para fazer o que quiser. Com a ajuda do oitavo anão, ele irá em busca de uma forma de sair dali escondido do Narrador (que tudo vê) para ser feliz. 
[...] era impossível fazer qualquer coisa que escapasse ao olhar inquisidor do Narrador. Como um deus vingativo e mimado, Ele observava cada ação de cada ser naquele Reino e, caso algum de sues mandamentos fosse violado, podia castigá-lo da maneira que bem quisesse, descrevendo-a em sua pedante e enfastiosa narrativa.
O diferencial nesse conto é que um dos personagens principais seria o ‘Narrador’, mas quem nos conta a história é o lobo e é como se tudo se passasse nos "bastidores dos contos de fadas". O autor fez algo bem interessante e inovou. O conto se passa nos dois Reinos e tem vários momentos que me fizeram rir. Há momentos em que são citadas celebridades e entidades jornalísticas que deram um humor muito interessante. A diagramação também ficou legal, porque quando passado no mundo dos humanos, há partes em que há notícias em jornais ou tweets de celebridades e a diagramação segue esse padrão para diferenciar do texto normal. Não faz muito sentido para que não leu, mas não posso falar mais pra não dar spoiler, mas é interessante. Só achei a linguagem um pouco complicada para o público ao qual o livro é direcionado.


Em “Quanto Mais Afiado o Espinho”, Diana Peterfreund nos conta a história de Malena, cuja família é bruxa, mas tudo que ela quer é ser normal, ir pra escola, ter amigos. Quando sua mãe a deixa ir para a escola pela primeira vez (no ensino médio), ela conhece, ainda nas férias, Flo, Marie e Fawn que se tornam suas amigas, sem saber quem Malena realmente é. Mas ao ter seu segredo exposto, sua vida muda e ela vai descobrir que a vida na normalidade não é como ela imaginava. 
Agora sei porque minha mãe se esconde - e não é só porque as pessoas a odeiam. É porque o mundo está cheio de coisas que ela fez e coisas que ela desfez, e elas lhe atiram pedras sempre que ela se arrisca do lado de fora do portão.
A narrativa é sob o ponto de vista de Malena, que não foi uma personagem que me conquistou em nenhum momento. A achei manipulável, “Maria vai com as outras”, precoce e bem chatinha. Na história vemos hipocrisia, bullying, sexualidade, vingança, traição e mais. Infelizmente não me agradou e o final abrupto, rápido e sem exatamente um fechamento, só piorou tudo.


Em “#Stepsisters – Sobre Sapatos e SelfiesCecily Von Ziegesar nos conta a história de Cindy e suas meias-irmãs Dizzy e Nastia. Elas são viciadas em sapatos e em tirar selfies e postar no instagram. São gêmeas, lindas, ricas e maltratam Cindy. Já deu pra perceber que é um reconto da Cinderela né? A história se passa em menos de um dia, quando elas vão a um baile, Cindy não pode ir, mas claro que vai e fica com o “príncipe”. 

Se não fossem umas 50 páginas, eu teria abandonado esse conto logo após a primeira página. A história é completamente surreal, não fez nenhum sentido pra mim e não havia coerência. Achei as personagens chatas e desinteressantes. A narração é feita sob o ponto de vista de todos e às vezes fica confuso porque não há separação clara entre as falas. Infelizmente não encontrei nada de positivo a ser dito sobre esse conto.

E é isso aí pessoal... não pude falar muito de nenhum dos contos porque eles são curtinhos e acabaria dando spoiler. Os contos internacionais são mais curtos, em torno de 60 páginas, enquanto os nacionais são maiores, em torno de 100 páginas. Pra mim, os contos nacionais valem a pena de serem lidos, mas os internacionais não me agradaram, principalmente o da Cecily. 





Resenha: Princesa Adormecida de Paula Pimenta

Título: Princesa Adormecida
Autora: Paula Pimenta
Gênero: Juvenil, Romance
Editora: Galera Record
Ano: 2014
Páginas: 192
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Sinopse: Era uma vez uma princesa... Você já deve ter ouvido essa introdução algumas vezes, nas histórias que amava quando criança. Mas essa princesa sou eu. Quer dizer, é assim que eu fiquei conhecida. Só que minha vida não é nada romântica como são os contos de fada. Muito pelo contrário. Reinos distantes? Linhagem real? Sequestro? Uma bruxa vingativa? Para mim isso tudo só existia nos livros. Meu cotidiano era normal. Tá, quase normal. Vivia com meus (superprotetores) tios, era boa aluna, tinha grandes amigas. Até que de uma hora pra outra, tudo mudou. Imagina acordar um dia e descobrir que o mundo que você achava que era real, nada mais é do que um sonho. E se todas as pessoas que você conheceu na vida simplesmente fossem uma invenção e, ao despertar, percebesse que não sabe onde mora, que nunca viu quem está do seu lado, e, especialmente, que não tem a menor ideia de onde foi parar o amor da sua vida. Se alguma vez passar por isso, saiba que você não é a única. Eu não conheço a sua história, mas a minha é mais ou menos assim...

Acredito que todo mundo já conheça alguma história da Bela Adormecida e ultimamente vários contos de fadas estão sendo relançados de uma forma diferente. É o que acontece com Princesa Adormecida. Nele conhecemos Anna Rosa (que na verdade se chama Áurea), já com seus 16 anos, filha de um homem com uma importante família em um país totalmente desconhecido e mesmo que seu pai não seja o príncipe ou o rei, ele é de uma linhagem real. Por isso, ela se torna alvo de Marie Malleville, uma francesa louca que não aceita ter sido rejeitada por ele. Sendo assim, Áurea acaba tendo sua morte forjada e é levada para viver com seus tios no Brasil aos 5 anos de idade (e muda de identidade). Lá ela cresce, longe dos pais que ela acredita estarem mortos e em um ambiente superprotetor. 

Apesar de acreditar que é tudo coisa de sua imaginação, seus tios deixam claro que ela não pode contar nada sobre seu passado para ninguém, afinal sua captora ainda não foi encontrada e pode estar à espreita, mas esse detalhe não lhe é contado. Ela estuda em um internato só para meninas, é proibida de sair ou de falar com estranhos. Mas as coisas mudam quando ela completa 16 anos e alguém que se diz chamar Phil, começa a trocar mensagens pelo celular com ela. Eles logo parecem se apaixonar, mas nem sempre tudo é como um conto de fadas... 
De tanto viver enclausurada, você criou um mundo paralelo na sua imaginação e acha que a vida é um livro de princesas. Pois saiba que a realidade é diferente. Não existem príncipes destinados para nós desde o nascimento, nem bruxas malvadas, muito menos fadinhas para realizarem nossos sonhos. Na vida real, são os amigos que nos ajudam a conseguir o que queremos. Que nos dão força. Que salvam nossa pele nas épocas difíceis. É uma pena que você não saiba disso.
Sou grande fã da Paula Pimenta e por isso fiquei ansiosa por essa história, até porque adorei o conto dela da Cinderela (que aliás, tem uma pontinha nesse livro) no “Livro das Princesas”. A história me pareceu bem legal, mas ao mesmo tempo, não me conectei com a protagonista e acho que isso me impediu de gostar por completo do enredo. Anna Rosa é a típica adolescente e como cresceu “presa” dentro de casa, quando teve a oportunidade de conhecer um garoto, mesmo que através de mensagens, ela se empolga e solta mais do que eu acredito que deveria. Dá pra entender seu modo de agir, mas às vezes eu queria dar uma sacudida nela. 

Seus tios (Florindo, Fausto e Petrônio) são gente boa e a amam, mas são protetores demais. Acredito que a autora quis representar as três fadas madrinhas do conto original em seus tios. 

Não me empolguei muito com a história ou com os personagens, talvez porque eu tenha ido com muita expectativa. Eu adoro livros juvenis, mas infelizmente esse não foi como eu esperava. Não há um desenvolvimento maior da história ou personagens, o enredo não foi de todo consistente e muitas coisas aconteciam mais rápido do que deveriam. 

Apesar de tudo, eu gostei do livro e ele me prendeu numa leitura de algumas horas. Não achei maravilhoso (como todos os livros da Paula que eu li), mas gostei. Acho que alguns podem se identificar com algumas coisas. Eu só achei que ficou faltando algo e também não achei os personagens interessantes. Fica difícil gostar de uma leitura quando a protagonista não te agrada. 

A narração é em primeira pessoa, o livro tem folhas amarelas e a fonte eu não curti muito, mas tem um bom tamanho de letra. De acordo com o diálogo a diagramação das páginas muda. Por exemplo, quando há a troca de mensagens pelo celular, há balões com a conversa. Quando há a troca de bilhetinhos na aula, um pedaço de papel rasgado. E assim vai. A capa é linda e combinou muito. Parece uma tela pintada à mão de uma jovem adormecida de cabelos loiros, segurando seu celular sobre o corpo. As cores escolhidas para a imagem e título, verde, amarelo e azul, contrastaram de forma bela. 

Eu gosto quando um livro me faz sentir alguma coisa, seja ela boa ou ruim, mas Princesa Adormecida, infelizmente não me passou emoção, que é algo que acho essencial numa história. De qualquer forma, recomendo para todos que gostam de romance, de contos de fadas e da Paula Pimenta, até porque a maioria dos leitores estão adorando a leitura.