Resenha: Pequeno Irmão - Cory Doctorow

     Título: Pequeno Irmão
Autor: Cory Doctorow
Editora: Galera Record
ISBN: 9788501087218
Ano: 2011
Páginas: 416

Marcus, pseudônimo “w1n5t0n”, só tem 17 anos, mas acha que sabe tudo sobre como o sistema funciona — inclusive como passar a perna nele. Esperto, rápido e escolado no mundo da internet, Marcus não tem problema nenhum em enganar os sistemas de segurança da escola.
Mas sua vida muda totalmente quando ele e os amigos são presos pelo Departamento de Segurança e levados a uma prisão secreta onde serão interrogados. Lá fora, São Francisco sofre um gigantesco ataque terrorista. Agora, cada cidadão é tratado como um terrorista em potencial. Ele sabe que ninguém vai acreditar na sua história, então só lhe resta uma opção: derrubar o sistema com as próprias mãos.


Marcus, é um jovem de 17 anos, nerd. Ele ama tecnologia, é um “hacker”, gosta de videogames, jogos de RPG, internet, etc. Ele e seu melhor amigo, Darryl, estudam no Colégio Cesar Chavez, em São Francisco. A escola possui várias tecnologias para controlar, vigiar os alunos e evitar que matem aula. Mas é claro que isso não impede Marcus de invadir e derrubar o sistema quando ele quer.

“O mais importante sobre sistemas de segurança não é como eles funcionam, é como falham." Pág. 129

Num típico dia de aula, ele recebe uma mensagem sobre uma novidade de um jogo no qual ele e os amigos jogam e adoram. Nele vários grupos tem que decifrar pistas para ir avançando o jogo e quem conseguir finalizar primeiro ganha uma viagem. Depois de burlar a segurança da escola, ele convoca seus amigos e parceiros no jogo, Darryl, Vanessa e Jolu, que estudam em escolas diferentes.

Quando já estão nas ruas em busca da pista, algo inesperado acontece, um ataque à ponte Bay Bridge. A cidade começa a entrar em desespero, ambulâncias, polícia, bombeiros, correria para todo lugar e apenas uma coisa a fazer, fugir dali. Mas com um deles ferido, eles são “presos” como suspeitos de terrorismo. Muitas pessoas morreram no atentado e várias são levadas a interrogatório. Sem saber exatamente o que aconteceu, eles são interrogados, um a um, durante alguns dias. Marcus passa a ser o mais perseguido de todos, pois se recusa a dar suas senhas e dados dos seus aparelhos eletrônicos encontrados com ele quando foi preso. Após passarem por dias terríveis, eles são soltos com exceção de Darryl que desaparece sem deixar vestígios. É a partir desse dia que a vida dos moradores de São Francisco muda para sempre.

“...Eu nunca tinha olhado pelo cano de uma arma antes, mas tudo que é dito sobre a experiência é verdade. A pessoa congela onde está, o tempo parar e o coração dispara, ecoando nos ouvidos. Abri a boca, então fechei e, bem lentamente, levantei as mãos.” Pág. 38

A cidade inteira começa a ser vigiada e controlada por sistemas de segurança. Qualquer pessoa agora pode ser considerada suspeita de terrorismo. Não aceitando isso, Marcus percebe que terá que lutar contra o sistema no qual a cidade foi imposta, para que possam ter liberdade de novo. Ele cria uma nova rede com um console de Xbox e atrai muitos seguidores para sua causa. Mas será que ele conseguirá fazer isso sem ser pego?

Um movimento na cidade é gerado, pessoas contra e a favor das novas regras impostas pelo Departamento de Segurança Nacional, muitas confusões, prisões e interrogatórios com os cidadãos americanos.

“Ninguém consegue alguma coisa não fazendo nada. O país é nosso. Eles o tiraram da gente. Os terroristas que nos atacaram continuam livres, mas nós, não. Eu não vou me esconder por um ano, dez anos, a vida interia, esperando que me deem liberdade de mão beijada. A liberdade é algo que você tem que conquistar.” Pág. 350

O que eu posso dizer desse livro é que eu amei, de verdade, e não só porque estudo tecnologia da informação. Ele foi escrito de forma muito inteligente, e de inicio quem lê pode sentir certa dificuldade, com os termos de tecnologia utilizados, mas que também são explicados no livro. Um evento que pode estar não tão longe assim da realidade em que alguns países vivem.

Também temos um pouco de romance no livro. Novos personagens vão entrando na história, ganhando destaque enquanto outros somem aos poucos e retornam mais para o final do livro.
Com assuntos como liberdade, união, fatos históricos, críticas à sociedade, o livro de Cory Doctorow que poderia parecer juvenil, é inteligente, bem escrito e adulto.
PS: O Brasil é citado rapidamente mais de uma vez no livro \o/

Bjinhos, Andresa.

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