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Resenha: O Homem Perfeito de Vanessa Bosso

Título: O Homem Perfeito
Autora: Vanessa Bosso
Editora: Novo Conceito
Selo: Novas Páginas
Gênero: Romance
Ano: 2014
Páginas: 224
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Sinopse: Melina teve alguns relacionamentos ruins, outros péssimos... Mesmo assim, ela não desiste: um dia ainda vai encontrar alguém que a complete e que entenda algumas manias fofas que ela tem como comprar mais sapatos do que pode guardar ou tomar uma multa ou outra por excesso de velocidade. Ela faz a sua parte escrevendo um pedido ao universo, no qual descreve esse ser incrível nos mínimos detalhes. Agora é só esperar, certo? Melina não imagina, porém, que esse presente dos céus já existe, mas foi parar nos braços de uma mulher in-su-por-tá-vel. O que fazer quando o destino insiste em brincar com a sua paciência?

Melina é uma mulher de 28 anos que não tem sorte em relacionamentos. Ela atualmente mora em São Paulo e após descobrir a traição do namorado (que também era seu chefe), bater nele no meio de uma reunião e perder o emprego, ela decide que é hora de volta pra casa em Paraty, no Rio de Janeiro, para viver com seu pai e avós. Mas o que ela não esperava era reencontrar seu primeiro amor e ainda por cima que ele estaria noivo de sua arqui-inimiga de tempos passados. Paixão e arrependimento começam a aflorar em Melina e ela terá que colocar sua vida nos eixos. 


Melina tem um histórico complicado. Sua mãe abandonou a família quando ela tinha 12 anos, que desde então ficou rebelde, arrumou várias encrencas e passou a odiar o lugar onde vivia (Paraty) e prometeu a si mesma que quando completasse 18 anos iria embora dali. Foi o que ela fez e agora, 10 anos depois, ela está de volta para encarar o maior erro que cometeu: perder Bernardo. Bernardo foi seu primeiro amor, seu primeiro beijo, sua primeira transa. Na época, era um cara magrelo, que usava óculos e tinha um jeitinho nerd. Ela estava apaixonada, mas não queria compromisso sério e nunca foi capaz de admitir o que realmente sentia. Numa noite de bebedeira ela acaba traindo Bernardo com seu melhor amigo e vai embora para SP, sem nem ao menos avisar ou se despedir de Bernardo. Agora eles terão que enfrentar dores do passado.


Além de Melina e Bernardo, eu adorei os personagens secundários. Nauane é sua melhor amiga em São Paulo, sempre dando bronca e força pra Melina. E Espírito (apelido) é o amigo gay de Paraty. Os avós e o pai de Melina também fazem sua parte, apesar de não terem muito destaque.


Chegou um momento em que fiquei apreensiva porque não costumo gostar quando a história ruma para a possível separação de um casal para que os protagonistas possam ficar juntos, porque muita das vezes isso é injusto, e fica difícil torcer pelo casal. Mas nesse caso não me senti assim. Samantha (a tal da arqui-inimiga) ama Bernardo desde sempre, mas isso não quer dizer que esse casal vai ser feliz. Bernardo nunca deixou de amar Melina. Então ao mesmo tempo em que eu fiquei com medo de torcer por Melina e Bernardo, não havia outra opção, porque a história vai nos mostrando que Sam não é quem Bernardo quer (e que ela é louca rs). 


As características que mais gostei em Melina foram seu sarcasmo, seu lado divertido e o quão atrapalhada ela era. Havia momentos em que ela lembrou eu mesma, com seu lado dramático.   

Sabe quando você precisa apenas de uma leitura leve, com um romance bacana, até previsível e às vezes clichê? O Homem Perfeito representou bem esse papel pra mim. Não esperava muito do livro, porque ultimamente tenho tido muitas decepções, mas o livro cumpre seu papel. Recomendo a leitura para aqueles que querem algo divertido, leve e romântico para ler.



Resenha: Cartas de Amor aos Mortos de Ava Dellaira

Título: Cartas de Amor aos Mortos
Autora: Ava Dellaira
Editora: Seguinte
Ano: 2014
Páginas: 344
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Sinopse: Tudo começa com uma tarefa para a escola: escrever uma carta para alguém que já morreu. Logo o caderno de Laurel está repleto de mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop… apesar de ela jamais entregá-las à professora.
Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sobre sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky. Mas Laurel não pode escapar de seu passado. Só quando ela escrever a verdade sobre o que se passou com ela e com a irmã é que poderá aceitar o que aconteceu e perdoar May e a si mesma. E só quando enxergar a irmã como realmente era — encantadora e incrível, mas imperfeita como qualquer um — é que poderá seguir em frente e descobrir seu próprio caminho.

Escrever é mais do que enfileirar letras em uma folha de papel ou na tela de um computador. Mais do que apenas construir frases e tornar parágrafos coerentes. Escrever é se abrir. Deixar que as palavras exponham sua personalidade, seus pensamentos, medos e angústias, das diversas formas existentes. Alivia, liberta, clareia as ideias e traz novas perspectivas. As palavras ajudam a conseguir respostas, desvendar enigmas e tornar mais fáceis os inconvenientes do cotidiano. Escrever é conseguir abrigo. Abrigo do mundo, em si mesmo. Uma proteção feita de pontos, vírgulas e interrogações.

Escrever, assim como falar, é terapêutico. A diferença é que da ponta de uma caneta podem sair coisas que ninguém, além de você mesmo precisa saber. Não importa se em forma de diário, poesia ou cartas que jamais serão entregues, as palavras consolam e guardam os mais íntimos segredos. E foi esse consolo, o consolo das letras, que Laurel, uma doce garota de quinze anos encontrou ao escrever cartas, relatando as minúcias de seu cotidiano e tentando desvendar a si mesma a cada nova página escrita.


Após perder a irmã, May, em circunstâncias trágicas, a jovem muda-se de escola esperando começar de novo. Mas acaba descobrindo que isso será mais difícil do que parecia. Faz amizades, apaixona-se. E em meio a tudo isso, escreve cartas.

Cartas para pessoas mortas. Kurt Cobain, Amy Winehouse e Amelia Earhart são alguns dos destinatários de Laurel, que transforma o que fora uma simples tarefa de inglês em uma forma única de diário. A partir daí, o passado se mescla com o presente, em uma torrente de fatos que desencadeia a revelação de alguns importantes segredos. E o principal, Laurel descobre algo que mudará sua vida para sempre.
"Hoje, no fim da aula, quando a Sra. Buster pediu para entregarmos as cartas, olhei para o caderno em que tinha escrito a minha e o fechei. Assim que o sinal tocou, recolhi meu material e saí. Tem coisas que não posso contar pra ninguém além das pessoas que já não estão mais aqui."
A premissa desse livro é bastante interessante, diferente e criativa. O modo de narração é epistolar, totalmente narrado pelas cartas, que além de contar fatos da vida da personagem, ainda contextualizam com curiosidades a respeito da pessoa que estaria recebendo a carta, com reflexões sobre os atos e seus porquês. O tom é bem confessional e descontraído, com certo ar reflexivo.
"Ultimamente, tenho ouvido você de novo. Coloco In Utero, fecho a porta e os olhos e escuto o álbum inteiro várias vezes. É difícil explicar, mas quando estou ali, ouvindo sua voz, sinto que começo a fazer sentido." (Para Kurt Cobain)
Laurel é imatura, influenciável, sempre a sombra da irmã. Porém ao longo da história ela amadurece e se transforma bastante. As outras personagens são igualmente complexas, envolvidas em dramas pessoais, o que pode tirar um pouco a atenção do foco principal da história. Achei a leitura um pouco arrastada em alguns momentos, mas no geral o ritmo é agradável. 
"Ele nunca precisaria saber, pensei. Eu podia ser uma nova pessoa. Eu seria May, a corajosa e mágica May. Eu não seria Laurel, aquela que ferrou com tudo. Então me concentrei até Sky ser a única coisa que eu conseguia ver."
Durante o livro há um certo suspense até interessante, se bem que é possível presumir mais ou menos qual é o mistério, mas o final me incomodou um pouco, uma situação ficou mal explicada, não exatamente mal explicada, mas creio que poderia haver um desenvolvimento melhor. Mesmo assim a trama não perde o mérito. Indicada para pessoas que refletem sobre as pequenas coisas e enxergam além das histórias aparentemente simples.
"Não sei por quê, mas, nesse lugar cheio de desconhecidos, fico feliz que Sky e eu estejamos respirando o mesmo ar. O mesmo ar que você respirou. O mesmo ar que May respirou."
Receio ter posto muitas expectativas em cima desse livro, se não fosse esse fato creio que teria conseguido apreciar melhor a beleza única das palavras de Ava, que conquista com sua escrita leve.

A leitura me causou tantos sentimentos contraditórios, tantos pensamentos aleatórios e reflexões loucas. Creio que quem gostou de As vantagens de ser invisível gostará desse da mesma forma. Um livro doce, inusitado e profundo a sua maneira. Quem realmente se envolver com a história se verá torcendo para que uma determinada personagem ganhe coragem, a outra tome a decisão certa, a outra aceite a si mesma... 

Cartas de amor para os mortos mostra os conflitos e dificuldades de alguém que descobre como viver por si mesma, encontrando na companhia de ídolos já falecidos a solução para suas questões. Passando pelo difícil período da adolescência, coisas naturais como a primeira paixão e outras mais obscuras, pelas quais ninguém deveria ter que passar, ainda mais uma criança. Indico para todos aqueles dispostos a transcender os limites do comum e passar algumas horas redescobrindo inclusive a si mesmo.

A capa é muito bonita com tons azuis escuros, arroxeado, laranja quase perdendo a cor e nuvens, como o céu parece às vezes quando o sol começa a se pôr. Entre o título, uma menina sentada de perfil escrevendo no que parece ser um diário. O título ganha a cor branca inicialmente e preto na palavra Mortos. (Andresa)


Resenha: Na Ilha de Tracey Garvis Graves

Título: Na Ilha
Autora: Tracey Garvis Graves
Editora: Intrínseca
Ano: 2013
Páginas: 288
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Sinopse: Anna Emerson é uma professora de inglês de 30 anos desesperada por aventura. Cansada do inverno rigoroso de Chicago e de seu relacionamento que não evolui, ela agarra a oportunidade de passar o verão em uma ilha tropical dando aulas particulares para um adolescente. T.J. Callahan não quer ir a lugar algum. Aos 16 anos e com um câncer em remissão, tudo o que ele quer é uma vida normal de novo. Mas seus pais insistem em que ele passe o verão nas Maldivas colocando em dia as aulas que perdeu na escola. Anna e T.J. embarcam rumo à casa de veraneio dos Callahan e, enquanto sobrevoam as 1.200 ilhas das Maldivas, o impensável acontece. O avião cai nas águas infestadas de tubarão do arquipélago. Eles conseguem chegar a uma praia, mas logo descobrem que estão presos em uma ilha desabitada. De início, tudo o que importa é sobreviver. Mas, à medida que os dias se tornam semanas, e então meses, Anna começa a se perguntar se seu maior desafio não será ter de conviver com um garoto que aos poucos torna-se homem.


Oieeee!!! Como vocês estão? E as festas de fim de ano? Espero que tenha sido incrível pra todos vocês!

Bom, hoje vim falar de um livro que li final do ano passado, o "Na Ilha" da Tracey Graves, uma autora que eu não conhecia (até porque esse é o primeiro livro dela...) mas confesso que já estou predisposta a ler qualquer coisa que ela vier a lançar.

A história...
Como vocês podem conferir na sinopse, Na Ilha é a história da Anna e do T. J. (o casal que eu escolhi como "o melhor", na Retrospectiva aqui do blog (segue o link). Anna tem 30 anos, é professora em escola pública e normalmente trabalhava como tutora de alunos no verão, mas eu acredito que ela embarcou nessa viagem com o principal objetivo, de fugir da "monotonia estagnada" que sua vida estava... (ela queria formar uma família e o tal namorado, o John, não se decidia, acho que não gostava dela suficiente pra isso...) os pais de T.J. a contrataram para ajudá-lo a alcançar a turma, ele tem câncer (Linfoma de Hodgkin, mas já está há alguns meses em remissão...) e perdeu muitas aulas... Os pais insistiram que todos fossem para uma ilha nas Maldivas, como umas férias! Mas para o T. J. uma espécie de "férias gregas" pois teria que estudar... Rs... Os pais e as irmãs de T. J. viajaram antes, Anna teve que esperar pois ainda estava trabalhando, e o T. J. inventou uma "festinha" com seu amigo Ben, e sua mãe pediu a Anna que ele fosse depois com ela... Por isso os dois estavam juntos e sozinhos na viagem... Quando o impensável acontece, o avião cai! Após o acidente, eles conseguem chegar a uma ilha desabitada, mas é lá, que eles vão aprender o verdadeiro significado da palavra sobrevivência e do amor...



O que eu amei...
Na Ilha, aborda muitos "temas", sobrevivência é com certeza o maior deles. Mas o que realmente me chamou a atenção nesse livro (além do romance, é claro!), foram os detalhes... Sabe aqueles pequeninos detalhes? Aqueles que passam despercebidos durante o nosso dia a dia? Escovar os dentes, pentear os cabelos, fazer a barba, beber água, comer um pedaço de carne, fazer um curativo em um corte, usufruir de fogo, teto... Enfim, coisas que não damos o valor necessário, pois se tornam mecânicas, comuns... Em Na Ilha, observamos cada pedacinho delas. Minimamente, pois é o essencial para viver... E qualquer pessoa, que viva uma "situação" assim, não tem como ser o mesmo, nunca mais! É, em alguns momentos difícil de ler, pois só em imaginar uma situação que envolva comer a mesma fruta todos os dias, beber água da chuva, mosquitos, tubarões, água viva, tempestades... Nossa! A cada capítulo, uma novidade. Por isso foi uma leitura de uma noite, não consegui parar até terminar...



Uma das coisas que eu mais gosto, é a narração intercalada, nesse caso, um capítulo era Anna quem narrava e o outro o T. J. É ótimo saber o ponto de vista de ambos sobre a mesma situação, isso foi bastante esclarecedor, em especial para a relação que eles construíram ao longo do tempo na ilha... Eu me apaixonei por T. J. e Anna, pois uma relação que se desenvolve em meio ao caos, tem mais chance de dar certo do que qualquer outra (só acho...) T. J. era de verdade maduro pra sua idade (ele me lembrou um pouco o Gus de ACEDE) talvez tenha sido o câncer, ou talvez fosse a natureza dele mesmo ser tão gentil, carinhoso, divertido... Tãooooo... T. J.!


A Anna, uma fofa! Forte, inteligente, sonhadora (sem ser idiota), e como o T. J. falou: "você não parece mesmo ter 30 anos, no máximo, 24, 25... é tão fácil conversar com você..."


Eles não tinham nada e tinham tudo em comum, eram perfeito juntos... a diferença de idade (treze anos), nunca foi um problema no relacionamento deles, na verdade veio a ser, justamente pelo fato de não existir... Confuso? Só lendo pra saber! Não posso dar mais spoilers do que já fiz... Hahaha...


Para os puritanos de plantão que possam estar receosos com a leitura, ou que possam julgar antecipadamente a relação da Anna e T. J. como algo imoral, ilegal e sujo, guardem suas armas pois não é nada disso. A autora aborda tudo de forma gradual, simples, honesta e tão cativante que não tem como não se apaixonar pelo amor dos dois!

O que me incomodou um pouco...
Eu amei toda a dinâmica do livro, (exceto ter me remetido algumas vezes aos filmes: "Náufrago" e "A Lagoa Azul"). Achei a história muito boa mesmo, talvez por isso eu tenha me frustrado um pouquinho, eu queria mais (me julguem, podem me chamar de gulosa, eu sempre quero mais! Rs...) algumas vezes eu achei os acontecimentos um pouco corridos, eu queria ter aproveitado mais algumas situações, que quando eu imaginei que iria começar, oito linhas depois chegava ao fim. Não me levem a mal, a história é muito boa, mas poderia tranquilamente ser um livro sensacional de 400 páginas ao invés de um muito bom de 288... Ainda mais por ser um livro de leitura fácil, fluida, a autora poderia ter trabalhado muuuuuuito melhor alguns acontecimentos, que na minha opinião ficou um pouco no ritmo de um filme...

E... ó! Coincidência! Vai virar filme! Palmas!


Melhor quote...




Super recomendo a leitura. Até a próxima!

Beijo, beijo,