Resenha: Todo Dia de David Levithan


Título: Todo Dia
Autor: David Levithan
Editora: Galera Record
Ano: 2013
Páginas: 280
Compare preços
Sinopse: Neste novo romance, David Levithan leva a criatividade a outro patamar. Seu protagonista, A, acorda todo dia em um corpo diferente. Não importa o lugar, o gênero ou a personalidade, A precisa se adaptar ao novo corpo, mesmo que só por um dia. Depois de 16 anos vivendo assim, A já aprendeu a seguir as próprias regras: nunca interferir, nem se envolver. Até que uma manhã acorda no corpo de Justin e conhece sua namorada, Rhiannon. A partir desse momento, todas as suas prioridades mudam, e, conforme se envolvem mais, lutando para se reencontrar a cada 24 horas, A e Rhiannon precisam questionar tudo em nome do amor.

Oie gente! Hoje vim falar desse livro "uau" que é "Todo Dia"! Eu o li ano passado, fui sem medo, mergulhei de cabeça, pois já tinha lido praticamente todos do John Green (de quem sou fã assumida!) inclusive, "Will & Will" que é do David Levithan em parceria com o John Green. Pensei, só pode vir coisa boa daí, sério! E não me arrependi...

A História...
O livro fala de "A", isso mesmo, A, é o nome do nosso protagonista. Todos os dias, A, acorda em um corpo diferente, que passa a ser seu "hospedeiro". A única coisa regular sobre os seus "hospedeiros", é que sempre são adolescentes (16 anos). De resto, é tudo diferente! O A nunca sabe se será garoto, garota, homossexual, negro, branco, asiático, baixo, alto, gordo, atlético... Enfim, ele só sabe que será um ser humano e, adolescente. Ele consegue acessar os fatos, as informações, memórias básicas dos seus hospedeiros, mas não os sentimentos...


Imediatamente preciso saber quem sou. Não se trata apenas do corpo – de abrir os olhos e ver se a pele é clara ou escura, se sou gordo ou magro, garoto ou garota, se tenho ou não cicatrizes. O corpo é a coisa mais fácil a qual se ajustar quando se está acostumado a acordar em um corpo novo todas as manhãs. é a vida, o contexto do corpo, que pode ser difícil de entender.Todo dia sou uma pessoa diferente. Eu sou eu, sei que sou eu, mas também sou outra pessoa. Sempre foi assim...

A, desistiu de tentar entender o que ele é, ou o que acontece. Passou por tanta coisa, desde a infância que chegou a conclusão que o "melhor" era deixar assim mesmo. Questões como a sua existência, nunca fizeram sentido... Até acordar no corpo de Justin e conhecer Rhiannon (namorada de Justin) e o improvável acontecer, ele se apaixonar! Quando isso acontece, A, faz tudo ao seu alcance para que consiga "viver" esse sentimento. É onde começa toda a aventura... Tentar driblar a vida cotidiana de cada "hospedeiro" em que ele acordar e convencer Rhiannon de que ele "existe"...
Difícil? Uma loucura? Amor?

O que eu amei...
A, não tinha um rosto, um corpo, um toque, um passado... seu. Mas eu o achei tão real, tão encantador! Ele tinha qualidades, que em sua condição, é difícil de existir, ou de manter. Pureza é uma delas.
Que história é essa sobre o instante em que você se apaixona? Como uma medida tão pequena de tempo pode conter algo tão grande? De repente, percebo por que as pessoas acreditam em Dejà vu, por que acreditam em vidas passadas; porque não há meio de fazer com que os anos que passei na terra, sejam capazes de resumir o que estou sentindo...
A, poderia ser ou fazer qualquer coisa, devido a sua "condição", mas sempre optou pelo mais confortável para ambos (ele e seu "hospedeiro"), pelo mais simples. Ele não queria interferir na vida do "hospedeiro" a ponto de bagunçar tudo. Como ele mesmo dizia, não era justo... Isso era tão digno. A, me tocou por sua simplicidade, e ao mesmo tempo por sua complexidade. Ele "viveu" tantas experiências, sob perspectivas diferentes em uma única vida, e extraiu cada gota que pôde de cada uma delas. Esse é o A! Incrível!
É isso que o amor faz: que você queira reescrever o mundo, que você queira escolher os personagens, construir o cenário, dirigir o roteiro. A pessoa que você ama senta de frente pra você, e você quer fazer tudo que estiver ao alcance para tornar isso possível, infinitamente possível.
Eu não esperava amar tanto um livro, rir, chorar, torcer... Fiz tudo isso e muito mais! "Todo Dia" nos faz refletir sobre as relações em geral, de uma maneira crua, sem preconceitos. O que é importante? Exterior? Interior? Questões profundas... e rasas... feitas sem chocar ou cobrar respostas... Difícil?  Sr. Levithan conseguiu!

A capa é uma história a parte, certo?! Que capa é essa gente?! Perfeita pra história do A, apaixonanteeeee! A escrita do Levithan é magnífica! Envolvente, convincente, sensível, singular, delicada... flui tão perfeitamente que nem percebemos. Li em três horas. E confesso, queria mais! Aí está o problema...

O que me incomodou um pouco...
Quando caiu a ficha que o livro realmente havia chegado ao fim (e não tem continuação) fiquei meio enlouquecida... Como assim? Um sentimento de vazio enoooooorme... E não foi somente de "saudade das "aventuras do A", NÃO! Foi de "onde estão as páginas finais?" Eu fiquei cheia de dúvidas e questionamentos sem respostas... E essa não é a melhor sensação ao terminar um livro, não mesmo. E somente por isso, ele não é cinco estrelas. Pois ele, todo, é perfeito! Mas depois de ficar uns dias refletindo sobre ele, decidi, talvez uma continuação, não ficasse a altura do que foi "Todo Dia", então, aceito o final. E, é claro, super indico a leitura!

Melhor quote...
Na minha experiência, desejo é desejo, amor é amor. Nunca me apaixonei por um gênero. Apaixonei-me por indivíduos. Sei que é difícil as pessoas fazerem isso, mas não entendo por que é tão complicado, quando é tão óbvio.
Leiam "Todo Dia" e surpreendam-se! Vale taaaaanto a pena...

Beijo, beijo,

Nenhum comentário:

Postar um comentário