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Resenha: Boneca de Ossos de Holly Black

Título: Boneca de Ossos
Autora: Holly Black
Editora: Novo Conceito
Selo: #Irado
Gênero: Infanto-Juvenil, Mistério, Aventura
Ano: 2014
Páginas: 224
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Sinopse: POPPY, ZACH E ALICE sempre foram amigos. E desde que se conhecem por gente eles brincam de faz de conta – uma fantasia que se passa num mundo onde existem piratas e ladrões, sereias e guerreiros. Reinando soberana sobre todos esses personagens malucos está a Grande Rainha, uma boneca chinesa feita de ossos que mora em uma cristaleira. Ela costuma jogar uma terrível maldição sobre as pessoas que a contrariam. Só que os três amigos já estão grandinhos, e agora o pai de Zach quer que ele largue o faz de conta e se interesse mais pelo basquete. Como o seu pai o deixa sem escolha, Zach abandona de vez a brincadeira, mas não conta o verdadeiro motivo para as meninas. Parece que a amizade deles acabou mesmo...

Boneca de Ossos nos trás de volta àquela época de nossas vidas onde estamos descobrindo coisas novas como o primeiro amor ou quando começamos a ter vergonha de algo que parece ser de criança. Uma época onde nossa imaginação nos leva longe. É assim que Poppy, Zach e Alice vivem. Eles são amigos desde novinhos e estão naquela fase “pré-adolescente” onde estão começando a entender melhor a vida, conhecer melhor a si mesmo, mudanças no corpo, novos sentimentos, etc. 
— Ele precisa crescer. Era a hora de se livrar deles. Ele devia estar focado nos amigos, em ouvir música e ficar de bobeira. Zach, acredite em mim, você não vai sentir falta deles. 
Todos os dias após a escola eles se encontram para brincar com seus bonecos, criando histórias de piratas, sereias e todo um mundo fantástico. Até que o pai de Zach resolve que é hora de ele parar de brincar para se dedicar mais ao basquete na escola. Zach está naquela fase em que ama brincar com as amigas, mas ao mesmo tempo, teme ser motivo de risada por ter doze anos e ainda brincar com bonecos. 
[...] Ele estava bravo. Com o pai, por destruir a brincadeira. Com a mãe, por deixar o pai voltar para a vida deles. Com Poppy e Alice, que não tinham perdido nada. E consigo mesmo, por agir como uma criancinha, assim como o pai havia dito, e por se importar com William, a Lâmina, e um monte de brinquedos de plástico como se fossem pessoas de verdade. 
O que os amigos não esperavam era uma das bonecas, que eles chamavam de Rainha, aparecer em forma de fantasma para Poppy dizendo ter sido transformada/moldada como a boneca através de seus ossos e que se eles não a enterrassem num lugar apropriado, ela os perseguiria sempre. Eles então embarcam em uma aventura que irá resultar em confusões, brigas, segredos revelados, perigos, momentos divertidos, reflexões e que irá mudar suas vidas!
— Você sabia que a porcelana de osso tem ossos de verdade? - Poppy disse, batendo em uma bochecha de porcelana. — A argila dela foi feita com ossos humanos. Ossos de menininha. Esse cabelo trançado pelo crânio é o cabelo da garotinha. E o corpo da boneca está cheio do que restou das cinzas dela.
Todos os três parecem ter problemas familiares, Poppy tem uma família liberal demais e encrenqueira, Alice vive com a avó que a coloca de castigo por qualquer coisa e Zach não tem um bom relacionamento com o pai que abandonou a família anos atrás e voltou alguns meses. Todos eles são aventureiros. Poppy é a mais persistente, Alice parece ser a que menos quer encrenca e a mais relutante e Zach é o mais suscetível. 

A narração é em terceira pessoa e sob o ponto de vista de Zach. A diagramação está ótima, com letras em um bom tamanho para leitura, texto afastado das margens e algumas ilustrações em preto e branco ao longo da história que mostra algum acontecimento com os personagens! A capa também é linda e combina muito com a história, com a boneca de ossos sentada numa poça d’água e a imagem das crianças navegando no barquinho, o que acontece na história. Na contracapa há uma ilustração de cada uma das crianças como se estivessem num porta retrato. 

Holly Black soube mostrar bem, através dos personagens, aquele medo de crescer e o medo de que as coisas mudem como consequência disso. E também o valor da amizade e ultrapassar obstáculos para se obter o que desejamos. O livro é bem interessante, a leitura bem rápida (li em algumas horas) e recomendo para todos que gostam de aventuras!









Resenha: Colin Fischer de Ashley Edward Miller e Zack Stentz

Título: Colin Fischer
Autores: Ashley Edward Miller e Zack Stentz
Editora: Novo Conceito
Gênero: Young Adult, Mistério, Ficção
Ano: 2014
Páginas: 176
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Sinopse: Resolvendo o crime. Uma expressão facial por vez. O ano letivo de Colin Fischer acabou de começar. Ele tem cartões de memorização com expressões faciais legendadas, um desconcertante conhecimento sobre genética e cinema clássico e um caderno surrado e cheio de orelhas, que usa para registrar suas experiências com a MUITO INTERESSANTE população local. Quando um revólver dispara na cantina, interrompendo a festinha de aniversário de uma das garotas, Colin é o único que pode investigar o caso. Está em suas mãos provar que não foi Wayne Connelly, justamente aquele que mais o atormenta, que trouxe a arma para a escola. Afinal de contas, a arma estava suja de glacê, e Wayne não estava com os dedos sujos de glacê…

Colin Fischer é uma menino bem peculiar de 14 anos, que está entrando para o colegial. Ele tem cartões com expressões faciais para compreender o que as pessoas estão tentando demonstrar, não gosta de ser tocado por ninguém, não gosta de barulho alto, evita contato visual e vive com o “Caderno” onde anota tudo que vê, principalmente o comportamento das pessoas, para tentar entender o que acontece a seu redor. Além disso, ele é muito inteligente, especialmente quando se trata de matemática, que ele adora, mas ele não se socializa muito bem com as pessoas.

Danny não respondeu à pergunta do irmão. Sabia que era apenas uma parte do roteiro social de Colin e não fazia segredo de seu ódio pela natureza forçada, quase robótica, das relações do irmão dele. [Pág. 15] 
Sua peculiaridade não é à toa, pois ele tem Síndrome de Asperger. Pelo que andei pesquisando essa síndrome “é frequentemente considerada uma forma altamente funcional de autismo e pode levar à dificuldade de interagir socialmente, comportamentos repetitivos e falta de jeito”. E isso descreve Colin. Ele acaba sofrendo bullying na escola por ser “diferente”. Às vezes fisicamente, outras verbalmente.
[...] Ele não gostava de ser tocado por nenhuma pessoa, nem mesmo pelos pais, embora fosse tolerante quando devidamente informado. [Pág. 18]
Quando um incidente ocorre na cantina da escola e um tiro é disparado, Colin, que adora investigação (ele é fã de Sherlock Holmes e do seriado C.S.I.), vai tentar descobrir o culpado e inocentar aquela pessoa que desde sempre o atormentou na escola. Nós embarcamos nessa aventura junto a ele na tentativa de descobrir o que aconteceu e enquanto isso vemos algumas evoluções em relação a sua vida familiar e dele próprio.
No início da leitura, conforme fui percebendo suas peculiaridades, imaginei que ele teria algum tipo de autismo, mesmo que não conheça muito o assunto, ele me lembrou um personagem autista que vi no filme "Código para o Inferno". Inclusive, no livro ele é comparado por alguns à um personagem autista do filme Rain Main
- Fui diagnosticado como altamente operacional, mas ainda tenho poucas habilidades sociais e problemas de integração sensorial que me dão déficits graves na área de coordenação física. [Pág. 37] 
Colin é um personagem que gostei bastante. Não havia lido nenhum livro com alguém com qualquer forma de autismo, e achei muito interessante como os autores criaram o personagem. Não sei se algum dos autores é perito no assunto, ou se conhecem alguém com a síndrome ou algo do tipo, mas a forma como abordaram foi importante para conhecermos um pouco sobre como podem agir e pensar, aqueles que a possuem. Colin evolui seu jeito de ser conforme às páginas e também em seu ambiente familiar.

É um livro bem curtinho, menos de 200 páginas, e dá pra ser lido em um dia tranquilamente. Sua diagramação é muito boa, com letras num bom tamanho, afastado das margens e há a mudança da fonte em algumas ocasiões, por exemplo, quando ele escreve em seu caderno ou no início de cada capítulo onde ele conta algum fato, seja da sua vida, seja sobre a doença, etc. Acredito que daria pra ter mais história pela maneira como o livro terminou. De qualquer forma, gostei muito do livro e recomendo sua leitura.

* Descrição da capa: A capa é muito interessante e representa bem a história. Ela conta com um fundo azul e um menino de camisa laranja, sem rosto ou mais precisamente com a face invisível, aparecendo somente os óculos e o cabelo. Ao fundo vários rostinhos desenhados com expressões faciais e o que cada uma delas significa. Exatamente como os cartões que Colin coleciona para saber o que cada expressão facial pode significar. 

* À pedido da Aninha, tentarei fazer ao final das resenhas, uma breve descrição das capas, para aqueles que visitam o blog e possuem alguma deficiência visual e querem ter uma ideia de como são as capas dos livros resenhados. (Andresa)



Resenha: Quando Eu Era Joe de Keren David

Título: Quando Eu Era Joe
Autora: Keren David
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788581633398
Ano: 2014
Páginas: 318

Sinopse: Imagine o que é perder, em uma única noite, sua casa, seus amigos, Como é possível viver mentindo sobre todas as coisas? Sua escola e até mesmo o seu nome. Aos 14 anos, Ty presencia um crime bárbaro num parque de Londres. A partir desse momento, tudo muda para ele: a polícia o inclui no programa de proteção à testemunha, e Ty é obrigado a assumir uma vida diferente, em outra cidade. O menino ingênuo, tímido, que costumava ser a sombra do amigo Arron, matricula-se na nova escola como Joe... E Joe não poderia ser mais diferente de Ty: faz sucesso com as meninas, torna-se um corredor famoso... Joe é tão popular que acaba incomodando os encrenqueiros da escola. Ser Joe é bem melhor do que ser Ty. Mas, logo agora, quando ele finalmente parece ter se encaixado no mundo, os atentados e ameaças de morte contra sua família o obrigam a viver no anonimato, em fuga constante e sob a pressão de prestar depoimentos sobre uma noite que ele gostaria de esquecer. Um livro – de tirar o fôlego! – sobre coragem e sobre o peso das consequências do que fazemos.

Mas o que mais temo é aquilo em que estou me transformando por dentro. [Pág. 150] 
Ty é um menino de 14 anos que testemunha um crime e por isso acaba sendo perseguido pelos culpados que o querem silenciar para que não testemunhe em julgamento o que aconteceu. Com isso, a polícia resolve colocá-lo em um serviço de proteção a testemunha e então ele e sua mãe se mudam para uma nova cidade para começar uma nova vida de mentiras. Ty agora é Joe, entra em uma nova escola, muda sua aparência como disfarce, só que o que não imaginou é que acabasse fazendo certo sucesso com as meninas e no esporte, coisa que na sua escola anterior era impossível, pois ele era invisível.

Joe e sua mãe terão que lidar com todas as mentiras e mudanças em suas vidas e com possíveis ataques à sua família para ferir Joe. Além disso, Joe parece que não consegue ficar fora de encrencas e chamar atenção para si na escola. Como eles irão lidar com essas pessoas perigosas? Será que foram encontrados? Será que podem confiar em todos? Mistério e suspense é o que encontramos nas páginas de Quando Eu Era Joe...

Enquanto lia achei a história interessante e com um tema diferente do que estou acostumada, apesar de que mostra mais Joe na escola do que lidando com outros problemas, mas os personagens não me cativaram, Joe não se destacou a meus olhos e isso afetou o que achei do livro de modo geral. Ele às vezes parecia ter dupla personalidade, uma hora calmo e gentil e na outra revoltado, não entendi todas suas mudanças de humor.

Algumas coisas não são respondidas no inicio do livro, por exemplo, o que exatamente aconteceu nessa cena do crime que Ty/Joe viu (morreu alguém, mas não explica mais que isso), quem eram as pessoas envolvidas, seu passado na escola com um amigo que mais parecia um inimigo de vez em quando, etc. Isso só aparece no final, nos prendendo com a leitura.

Joe narra sua história em primeira pessoa, de forma simples. A diagramação é boa e os capítulos não são longos. Enquanto lia senti certa diferença sobre a ambientação com outras leituras. Há palavras que Joe fala, onde tem a explicação no rodapé, que não são típicas dos norte americanos como estou acostumada, e sim da Europa, onde o livro é centrado.

O livro retrata vários assuntos que não imaginei ao ler a sinopse, como gangues, bullying, violência, automutilação, dentre outros. Quando se aborda temas assim, mesmo que sem muito aprofundamento, é sempre bom para alertar as pessoas. Nesse caso o livro se passa em Londres e parece que há muitas gangues atuando em algumas áreas, meninos andando com facas nas ruas como se fosse comum. Não sei se a autora se baseou em alguma coisa ao escrever, mas foi uma visão diferente pra mim.  

No fim há o primeiro capítulo da continuação da trilogia, intitulado “Quase Verdade”. Até agora o livro tem recebido boas avaliações no Skoob. Eu achei bom, não ótimo, mas ainda assim recomendo a leitura e pretendo ler a continuação, ainda sem previsão de lançamento.