Resenha: A Corrida de Escorpião de Maggie Stiefvater




Título: A Corrida de Escorpião
Autora:Maggie Stiefvater
Editora:Verus
ISBN:9788576861843
Ano:2012
Páginas:378
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Sinopse: A cada novembro, os cavalos d'água emergem do oceano e galopam na areia sob os penhascos de Thisby. E, a cada novembro, os homens capturam esses cavalos para uma corrida eletrizante e mortal. Alguns cavaleiros sobrevivem. Outros, não. Aos 19 anos, Sean Kendrick já foi quatro vezes campeão. Ele é um jovem de poucas palavras e, se tem medos, guarda-os bem escondidos, onde ninguém possa vê-los. Puck Connolly é uma novata nas Corridas de Escorpião. Ela nunca quis participar da competição, mas o destino não lhe deu muita escolha. Sean e Puck vão competir neste ano, e ambos têm mais a ganhar - ou a perder - do que jamais pensaram. Mas apenas um deles pode vencer.


Hoje é o primeiro dia de novembro, portanto alguém vai morrer. [Pág. 340]
Eles eram rápidos e mortais, selvagens e lindos. Eram gigantes, oceano e ilha ao mesmo tempo, e foi aí que os amei. - Sean [Pág. 282] 
Na ilha de Thisby há uma “corrida” todo ano em que os Capaill Uisce (cavalos d'água), que são selvagens e assassinos apesar de lindos, cavalgam com aquele que o conseguiu capturar. Os cavalos d'água são ferozes, difíceis de domar e letais, podem matar em pouco tempo pisoteando ou mordendo sua presa.
- Quem é ele?
- Por Deus, aquele é Sean Kendrick. Ninguém conhece os cavalos melhor que ele. Ele compete todos os anos, e acho que é o homem a ser vencido. Sempre é. Mas ele tem um pé na terra firme e o outro no mar. Fique longe dele. [Pág. 66] 
Sean Kendrick perdeu o pai quando era bem jovem em uma das corridas de escorpião, passou a correr nelas e já ganhou 4 vezes. O sonho dele é ter um teto e seu cavalo nas corridas, Corr, o garanhão vermelho (o mais rápido da corrida), mas apesar de todo dinheiro que juntou ainda não conseguiu isso. Ele tem uma conexão muito grande com os cavalos, principalmente com Corr.
Quando a vi pela primeira vez com sua égua parda do meu ponto de vista avantajado da estrada no penhasco, fiquei impressionado não pelo fato de ser uma garota, mas por ela estar no mar. É o temido segundo dia, aquele no qual as pessoas começam a morrer, e ninguém chega perto da arrebentação. Mas ali está ela, trotando com a água até os joelhos. Destemida. [Pág. 96] 
Puck (Kate Connolly) é uma jovem da ilha que mora com os dois irmãos, pois eles perderam os pais num passeio de barco para um Capall Uisce há um ano e agora precisam trabalhar no que conseguirem para se sustentar. Quando descobre que seu irmão mais velho vai sair da cidade e abandoná-los, Puck decide que vai participar da corrida para que o irmão fique mais tempo com eles. Além disso, ela tem outro grande motivo para não só participar, mas ganhar a corrida.
- Tenho meus próprios motivos para competir - respondo. - Como cada homem que subiu nessa rocha. Meus motivos não são menores apenas por eu ser uma garota. [Pág. 190]
- Kate Conolly - diz o homem de colete. - Nunca tivemos uma mulher nesta praia, e você quer que este seja o primeiro ano? Quem é você para pedir uma coisa assim? [Pág. 191] 
O fato de Kate se inscrever para participar com sua égua de estimação e melhor amiga Dove gera confusão e preconceito, até porque ele será a primeira mulher a participar das corridas e nenhum dos homens quer aceitá-la no jogo.

Além de Puck e Sean, temos a família Malvern. Benjamin Malvern é o homem mais rico e poderoso da ilha, mas também mal caráter. Seu filho, Mutt Malvern, é a maldade em pessoa (odiei esse personagem). Sean tem que trabalhar para eles nos estábulos desde que perdeu seu pai, cuidando e vendendo cavalos para os turistas e Mutt tem uma briga interminável com ele.
[...] A verdade é que me sinto fascinado e repelido por ela: Kate é, ao mesmo tempo, um espelho de mim mesmo e uma porta para uma parte desta ilha que não sou eu. [Pág. 198]
[...] Não sei exatamente o que quero que ele diga, apenas que seja algo que me dê a desculpa de continuar aqui olhando para ele por mais alguns minutos. Admitir isso a mim mesma é um duro golpe em meu orgulho, pois, exceto por meu desejo de me casar com o dr. Halsal aos seis aos de idade, sempre pensei que estava acima de me deixar fascinar por qualquer pessoa além de mim. [Pág. 273] 
Aos poucos Puck e Sean vão se tornando amigos e um sentimento puro e bonito vai crescendo entre eles. E esse sentimento é tão belo que mesmo os dois precisando ganhar a corrida como se suas vidas dependessem disso e só podendo ter um ganhador, o apoio de um com o outro é encantador. Além disso, o amor deles por seus cavalos e vice-versa é lindo e a melhor mensagem que o livro tem a apresentar.
[...] É vida e é morte, ou os dois, e não há nada parecido com isso. [Pág. 335] 
O livro demorou a engatar pra mim, mas quando estava mais próximo do final não consegui parar de ler. Fiquei ansiosa para saber como ia terminar. Emocionei-me em vários momentos, nos tristes e nos felizes. A leitura em alguns momentos é cruel, com cenas tristes, de tirar o fôlego e mortes, mas também temos momentos de companheirismo, amizade e laços verdadeiros.

Os capítulos são curtos, divididos pelo ponto de vista de Puck e Sean, e o texto descritivo. A leitura não fluiu tão rápida para mim. O inicio é todo focado nos dias de inscrição nas corridas e nos dias de treinamento, além da vida de Puck em sua casa com seus irmãos e Sean trabalhando com os cavalos.

Os protagonistas são bem construídos, fortes e corajosos. Eu demorei um pouco para sentir uma conexão com eles, mas depois de várias páginas consegui isso. Outros personagens secundários tiveram um bom destaque para mim, um deles foi Holly, um turista que foi comprar cavalos e assistir a corrida, o irmão mais novo de Kate, Finn, também me conquistou e vários moradores de Thisby.

O nome do livro para quem ficou curioso ou confuso se refere às corridas no mar Scorpio (escorpião), daí o nome Corrida de Escorpião. A capa é muito bonita e tem tudo a ver com o livro, vocês vão saber quando ler. O final partiu meu coração, me deixou em prantos e a cena final... uauuu. Só isso que posso dizer. 

Eu criei muita expectativa com esse livro, pois desde 2011 queria ler devido aos muitos comentários positivos sobre ele. Ainda bem que consegui terminar satisfeita com a leitura já que no começo não havia sentido uma conexão com o livro.
Minha mãe costumava dizer que nasci de uma garrafa de vinagre, em vez de ter nascido de um ventre, e que ela e meu pai me banharam no açúcar por três dias para tirar o vinagre. Tento me comportar, mas acabo sempre voltando ao vinagre. - Puck [Pág. 277] 

PS: Como vocês já devem ter percebido, adoro encher a resenha de quotes, acho muito legal conhecer o livro dessa forma para exemplificar algo que eu disse e eu costumo marcar muitos quotes ao longo da leitura. Espero que isso não atrapalhe. 


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