Resenha: Confissões de um Turista Profissional - Kiko Nogueira


Título:
Confissões de um Turista Profissional
Autor: Kiko Nogueira
Editora: Novo Conceito
Páginas: 94
Ano: 2011
ISBN: 9788563219435

Sinopse: Quem gosta de viajar, e viaja mesmo (isto é, não faz turismo pra inglês ver), sente uma vontade danada de falar a verdade sobre os lugares que visitou. Coisas como: vale a pena todo aquele trabalho no Louvre para não ver a Monalisa? Existe algum lugar mais insalubre do que uma barraca de praia no Nordeste? Ou ainda: por que o Brasil precisa de mais uma obra de Oscar Niemeyer, o veterano arquiteto que deixa um rastro de concreto aonde quer que vá? Mas falar essas coisas é, no mínimo, tornar-se um chato. Pois Jota Pinto Fernandes, alter ego de Kiko Nogueira, é o chato que vive em cada viajante. Corajoso e desbocado o suficiente para dizer o que as agências e seu amigo que acabou de chegar de Nova York nunca falarão. Escrito pelo ex-diretor da revista Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas, da Editora Abril, Confissões de um Turista Profissional é uma leitura para quem quer olhar as lindas fotinhos no celular, na volta daquele pacote inesquecível, e pensar: “E não é que era isso mesmo...?”

Kiko Nogueira e seu alter ego Jota Pinto Fernandes nos contam com bastante humor e principalmente sarcasmo inúmeras histórias de viagens e o lado que ninguém conta sobre o que viu, conheceu ou fez por lá. O autor que não tem medo do que fala, critica muitas coisas no livro, desde o nosso país como fora também. Como são muitos contos, um independente do outro, resolvi comentar os que mais me chamaram a atenção.

O Brasil sendo visto como “turismo sexual”, como ele mesmo nos mostra logo em sua primeira crônica. Vocês sabiam que as prostitutas da Vila Mimosa tiveram aulas de inglês para “atender” os turistas aqui?
“O Rio iniciou um curso de inglês para prostitutas, por causa do Pan. Isso é que é investir no turismo.”
“Se o Rio quer ser conhecido como um paraíso para quem procura samba, caipirinha e sexo fácil com meninas pobres, tomamos o caminho errado.”
Sua crítica ao “antigo” símbolo do Brasil que eram as mulatas e agora elas são vistas com preconceito:
“Bonitas, simpáticas, elegantes e tudo mais. Alguém aí sabe por que elas não são mais o símbolo do Brasil?”
“Hoje olhamos para essas moças com culpa e preconceito - como se fossem responsáveis pelo que a propaganda oficial fez com elas.”
Quando citou compras em NY eu logo me identifiquei. Fui ano passado aos EUA e passei por NY antes de voltar ao Brasil. Não dá pra se segurar e não fazer compras por lá rs.
“Nova York fica muito mais interessante quando você a vê de dentro de um shopping.”
Outra crônica fácil de se identificar, é a que diz porque adoramos mostrar nossas fotos e  falar sobre nossa viagem.
“Só tem uma coisa melhor do que viajar: falar sobre a viagem.”
E para finalizar vou citar mais uma crônica que acho legal! Aquele momento em que você está viajando e se depara com um famoso, o que você faria se encontrasse um durante uma viagem?
“Famosos podem aparecer quando você está viajando. E não precisa envergonhar-se de pedir um autógrafo.”
O livro é bem curtinho, dá para ler muito rápido e tem bastante sarcasmo. Para quem já viajou a algum dos destinos citados pode se identificar com alguma de suas crônicas e parar para analisar: “Nossa foi exatamente isso que eu vi/passei/percebi.”. É um livro para lembrar de experiências ou fazer você querer experimentá-las.


Beijos.

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