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[Entrevista] Conhecendo a Autora: Clara Savelli

Olá leitores fofos! Recentemente, resenhei o livro "Mocassins e All Stars" da escritora Clara Savelli, que vocês podem conferir aqui.


Pedi a Clara uma entrevista, para conhecermos um pouco mais a pessoa por trás do romance fofo que é M&A. E é claro, a Clara, gentilmente me atendeu...

Clara Savelli. Carioca. Outubro, 1991. Escritora. Bacharel em Relações Internacionais, atualmente também é estudante do final do curso de direito. Leitora ávida. Esperançosa e cética em medidas iguais. Vencedora do Prêmio NRA 2009 nas Categorias "Melhor Livro Não-Concluído", "Melhor Autora" e "Melhor Entrevista". Vencedora do Prêmio Paulo Britto de Literatura 2011 na Categoria Prosa. Menção Honrosa no Concurso Internacional de Contos Vicente Cardoso 2012.


Sobre o livro...
​Sua história iniciou em 2008, em uma comunidade no Orkut. Mocassins & All Stars é “filho” da Nossos Romances Adolescentes, projeto do qual Clara Savelli também participa, que é uma iniciativa jovem para incentivar a literatura juvenil, escrita também por autores jovens. Apesar disso, o livro tinha sua própria comunidade no Orkut, afiliada a comunidade da Nossos Romances Adolescentes. Nela, a autora postou a história integralmente e aos poucos, conforme ia escrevendo. O enredo foi acompanhado por mais de 450 membros que participavam da comunidade e, ao final de três anos, quando ela finalmente terminou as postagens, o tópico destinado aos comentários na comunidade passava de 27 (vinte e sete) mil comentários sobre o que foi escrito.


A autora costuma agradecer constantemente todas as pessoas que participaram do processo de elaboração do livro através do incentivo e dos comentários, possibilitando que ela terminasse seu primeiro romance antes mesmo de completar 19 anos.

O livro adquiriu uma espécie de fama inesperada, vencendo o prêmio NRA (Nossos Romances Adolescentes) em 2009 na categoria “Melhor Livro não Concluído” e possibilitando também que Clara Savelli vencesse também na categoria “Melhor Autora”.


Em 2010, uma das editoras da ComArte achou o livro na internet e contatou a autora, propondo uma publicação. O contrato foi firmado em 2011 e depois de alguns anos de negociação, o livro será finalmente publicado em 2014 com a marca da editora, inaugurando a carreira literária da autora – que já foi premiada em outros concursos, com dois contos: “E Se?” e “O dia que encontrei outro Henrique VIII na minha sala de estar”.



Conhecendo a Autora: 

E como prometido, segue a entrevista com a fofíssima (é muita palavra fofa em um só post, mas Clara Savelli e seu M&A são fofos!

1- Deixando de lado o que é de "conhecimento público", quem é Clara Savelli?

Primeiro, sou péssima para falar de mim mesma.  Acho que deve ser porque eu sou tímida. Tipo muito. Sou a escritora que vai autografar seu livro enquanto sente as bochechas queimarem até arderem e que fará você ficar olhando sem entender nada do que está acontecendo. Sou indecisa também. Tipo mais do que tímida, o que já é uma conquista difícil. Fico em dúvida sobre tudo, inclusive sobre o que responder nessa pergunta. Sou viciada em listinhas. Faço listinhas pra tudo: mercado, coisas urgentes para fazer, perfil de personagens, livros vendidos... Adoro e acho que me faz ser mais organizada. Porque eu sou muito desorganizada. Naquele nível que quase mata minha mãe de susto quando ela vê a pilha de coisas que tem em cima da minha mesa no escritório. Mas eu entendo a minha bagunça, sério. Quase sempre, pelo menos. Só estou falando coisa ruim? Socorro. Pro lado bom, vamos lá, copo meio cheio... Eu gosto de viajar (mas faço bem menos do que gostaria por motivos de $$$), adoro aprender línguas, conversar com gente de fora do país e de outros estados brasileiros, entender diferentes realidades. Já quis passar a vida inteira fazendo trabalho voluntário na África, trabalhando em um grande escritório de advocacia e vivendo de fotossíntese, tudo isso em momentos temporais muito curtos pra ter mudado de ideia tantas vezes (olha a indecisão aí de novo). Meio nerd, meio preguiçosa (meio?), coleciono marcador de livro, boton, chaveiro, pinguins (é isso aí)... Sou meio acumuladora de coisinhas, acho. Não sei mais o que falar de mim. Espera, isso tudo virou conhecimento público agora? Xiiii.


2- ​Eu li que você é bacharel em Relações Internacionais e graduanda em Direito... Escrever, é um hobby, uma paixão, que virou profissão ou ainda não é o seu principal objetivo?

Pra ser sincera, sempre foi meu principal objetivo. É o que eu realmente gosto de fazer e o que, se eu pudesse, passaria a vida toda fazendo exclusivamente. Só que a gente precisa ter um plano B, porque ninguém vira J.K. Rowling do dia pra noite e, nem necessariamente, vai virar um dia. Logo, eu acho que um plano B é crucial pra ajudar a arcar com as contas, pelo menos no início de carreira. No meu caso, um plano B e C, porque eu sou indecisa e, ao invés de ser uma pessoa normal e fazer só uma faculdade, fui lá e fiz duas. Ao mesmo tempo. Socorro. Por sorte uma já foi.


3- Como surgiu a ideia de escrever "Mocassins e All Stars"?

Essa na verdade é uma  história meio inusitada: eu estava lavando louça. Isso faz uns bons 7 anos! Era um final de semana qualquer e eu estava lavando a louça do almoço, pensando na vida. Foi quando peguei uma panela e senti um cheirinho característico de uma comida especial feita por minha avó. Só que eu estava em casa, e minha avó na casa dela! Ou seja, ela não tinha feito nada naquela panela. Achei curioso isso. Que eu ligasse tanto o cheiro de uma comida à uma pessoa. Não posso continuar falando muito sobre isso, porque acho que posso acabar dando spoiler! Mas foi assim! Lavando a louça. As ideias foram vindo e eu saí correndo para anotar num bloquinho antes que esquecesse.


4- Eu, particularmente, amei o título! Hoje em dia é muito comum, os títulos serem óbvios demais, ou completamente alheios. "Mocassins e All Stars" é perfeito. Como surgiu a ideia?

Foi enquanto eu ainda estava lavando a louça. Comecei a pensar na história que tinha acabado de brotar daquela panela e foquei nos principais personagens, a Julie e o Arthur. Decidi o nome deles ali na hora também, sem pensar muito. Este é um fenômeno raro, porque, como eu já disse umas três vezes sou indecisa (talvez devesse ter colocado prolixa na lista de quem sou eu lá de cima) e normalmente demoro um tempão pra escolher nomes de personagens. Enfim, voltando ao título... Fiquei pensando nos personagens e em como eles dois poderiam destoar entre si, em tudo (ou quase tudo). Daí pensei em fazer ele todo certinho, arrumadinho, aprumadinho e usuário assíduo de mocassins lustradinhos e pensei em fazer ela meio desleixada, meio despenteada e amante de all stars. Uma curiosidade é que por pouco o livro não perdeu esse título. A editora estava com medo acerca dos direitos autorais do nome "All Stars" e sugeriu que eu renomeasse o livro para "Aqueles Mocassins" (socorro). Foi só quando a editora responsável mudou que conseguimos resolver esse impasse e manter o nome original (graças a Deus). Infelizmente com medo de dar algum problema, na revisão tiramos TODAS as menções à pessoas, marcas, bandas, ou qualquer coisa do gênero do interior do livro, da história em si. TODAS menos os Beatles e de Orgulho e Preconceito (Jane Austen), porque eu precisava deles. Acho que a minha parte preferida do livro é o título também, rs.


5- Algum personagem foi inspirado em alguém?

Minhas amigas que já leram o livro costumam dizer que a Julie é inspirada em mim. Em minha defesa eu digo: não propositalmente. Talvez existam alguns traços psicológicos nela que se assemelham aos meus, mas eu não fiz isso premeditadamente. Claro que também tem as coisas que eu fiz sim premeditadamente. O fato dela ser fã de Beatles, por exemplo. Fiz simplesmente porque eu amo e porque queria que eles estivessem no livro de alguma forma.

Fora isso, tem algumas (várias) personagens femininas que aparecem no livro que foram inspiradas em várias meninas que eu conheço e amo. Talvez isto ainda não seja de conhecimento público (vai saber), mas a história do livro começou no Orkut, onde eu comecei a postar e uma série de pessoas começaram a acompanhar (nos tempos áureos, a comunidade tinha mais de 500 pessoas). Dessas mais de 500 pessoas, existia um grupinho sempre mais constante, que estava sempre lá pra comentar, pedir mais postagens e simplesmente pra conversar. Essas meninas são minhas amigas até hoje e eu orgulhosamente coloquei elas no livro e fiz questão de mantê-las mesmo depois de todas as edições que a editora me fez fazer (cortamos quase 300 páginas). Elas estão por aí. São namoradas de amigos, citações em discursos de formatura e conversas entreouvidas nos corredores do colégio.


6- Você é brasileira, carioca... E "Mocassins e All Stars" é ambientado fora do país, nos Estados Unidos, especificamente Manhattan, Nova York e Monterey, na Califórnia. Foi uma escolha natural ou planejada?

Com certeza não foi planejado. Naquela época que eu escrevi, costumava ler praticamente SÓ literatura estrangeira. Talvez porque não houvesse o espaço para a literatura nacional que hoje já existe. Claro que ainda tem muita coisa pra melhorar nesse âmbito, mas já está muito melhor do que era há uns 7 anos. Logo, por só ler literatura estrangeira, acabei começando um projeto que se passava nos lugares dos livros que eu lia. Vale ressaltar que quando eu comecei a escrever M&A e postar no orkut, jamais pensava que um dia ele iria se tornar um livro de verdade. Escrevia por escrever, porque era divertido e porque tinha quem me incentivasse! Não estava visando uma publicação. Lá quase no fim da história, pensei em trocar a ambientação para o Brasil, mas desisti. Não achei que isso fosse fazer alguma diferença. Tem história pra contar em qualquer lugar do mundo, sendo você de qualquer lugar também. No entanto, já aviso: a maior parte dos meus próximos projetos se passa no Brasil!


7- Você pretende escrever alguma seqüência, algum POV, ou até mesmo criar uma série? Eu amei o David... A Leah...

Olha, nunca tinha pensado em fazer nada disso! Acho que M&A é uma história de um livro só mesmo. No entanto, acho que talvez seja legal contar que antigamente tiveram dois projetos meus com colegas escritoras amadoras minhas, que também publicavam os livros no orkut, que tinham o casal de M&A como personagens. Eles eram um livro, Projeto de Verão, onde os três casais dos livros das três autoras colaborativas iam passar férias em um tipo de resort e acabavam amigos e um outro projeto, que acho que nem tinha título, que contava a vida da Julie e do Arthur na faculdade, também escrito com mais três amigas escritoras amadoras. Nenhum deles foi pra frente e eu também não tenho vontade de retomá-los sem elas. Sobre POV, eu tenho a cena do primeiro encontro da Julie e do Arthur escrita sobre o ponto de vista dele. Só isso. Ainda não sei o que vou fazer com ela. Talvez sortear no lançamento ou simplesmente divulgar na página. Então, realmente, não tenho planos pra fazer nada relacionado à Mocassins & All Stars por enquanto.... Mas nunca se sabe o dia de amanhã!


8- Está planejando um novo livro?

Estou! Eba! Eu tenho uma pasta muito bem guardada que tem - fui contar - 38 projetos. Alguns deles só tem uma página escrita, outros uma linha, outros 5 capítulos, outros estão quase no final. Nem todos são reaproveitáveis, eu acho. Como eu já disse um milhão de vezes, minha indecisão ainda não me deixou escolher qual deles eu vou pegar agora (ou tentar pegar, pelo menos). Todavia, estou dividida entre um menor número: só uns dois ou três. Talvez mais tarde abra uma enquete pra perguntar o que o povo quer. Normalmente o povo decide melhor do que eu. Não é a voz de Deus, afinal de contas?


9- Como você se imagina daqui há 10 anos?

Socorro! Não consigo nem me imaginar amanhã! Tive que parar pra ver quantos anos eu vou ter daqui há 10 anos e fiquei surpresa!!!!! Estou mais velha do que eu me lembrava. Enfim, daqui há 10 anos... Espero ter pelo menos mais uns 2 livros publicados. Espero passar por menos perrengues editorais para publicá-los. Espero viver num Brasil onde tenha mais espaço para literatura nacional e que meu(s) livro(s) estejam em muitas estantes e tenham feito muitos leitores felizes. Espero trabalhar com alguma coisa que eu ame, talvez em Direitos Autorais, talvez em promoção de educação e cultura. Espero, do fundo do coração, que eu tenha conseguido manter meu sonho vivo e não tenha ficado acomodada com uma vida razoável e justifique com "falta de tempo" meu medo de voltar a escrever. Espero nunca parar de escrever, pra esse risco eu não correr! Espero que talvez minha história tenha inspirado alguém, especialmente no início de carreira e mostrado que é possível.

Rapidinhas...

Um livro?  Três Metros Acima do Céu - Federico Moccia
Um autor? Meg Cabot, diva master.
Um filme? Cruzes, Lili, já não disse que sou indecisa? De Encontro com o Amor (shadow dancer)? Qualquer um do Zac Efron? Meia noite em Paris?
Um lugar? Itália. Não me pergunte porquê. Não saberia explicar o fascínio.
Uma comida? Macarrão! Chocolate! Churrasco! Adoro!
Uma bebida? Chá! s2s2s2s2
Não vive sem? Meu bloquinho de anotações e minha agenda! O bloquinho pra anotar as ideias, a agenda pra anotar a vida!

Espero que vocês leiam "Mocassins e All Stars" e virem fãs da Clara como eu virei. Ansiosa por seus próximos lançamentos...



ATUALIZADO: o livro já está LIBERADO PARA VENDA ONLINE (por enquanto, o valor é R$45,00, com frete incluso) >> http://www.clarasavelli.com/#!loja/c54j


O lançamento de "Mocassins e All Stars" já tem data e local (Rio de Janeiro)! Cliquem no banner abaixo para mais informações!

Clique para ir para a página do evento!


Alguns quotes publicado na fanpage do livro (cliquem para ampliar):



Beijo,beijo,



[ENTREVISTA] Conhecendo o Autor: Lev AC Rosen

Olá pessoal! Há muito tempo não faço esse post, mas hoje venho trazendo uma entrevista com Lev AC Rosen, autor de Sociedade dos Meninos Gênios para que possam conhecê-lo mais. O livro foi lançamento de janeiro de 2014  pela Novo Conceito. E vocês podem ler a resenha aqui.



Meu contato inicial com o autor foi através do twitter, onde o ajudei com uma dúvida em relação ao lançamento do livro dele aqui no Brasil. Ele foi sempre muito simpático e prestativo e até me enviou um exemplar do livro em inglês autografado. 

Lev AC Rosen é o autor do aclamado Sociedade dos Meninos Gênios, que foi considerado melhor do mês na Amazon e foi nomeado para vários prêmios.
Aos 22 anos, seu conto "Painting" foi a peça inaugural para a seção "Novas Vozes" da renomada revista Esopus. Ele tem artigos sobre steampunk, pós-modernismo e escreve para vários blogs, incluindo booklifenow e tor.com. 
Ele mora em Manhattan, onde leciona escrita criativa. 

Twitter: @LevACRosen 

Conhecendo o Autor: Lev AC Rosen

1- Diga-nos, quem é Lev AC Rosen? 

Bem, eu sou Nova-Iorquino nascido e criado, moro no centro com meu marido e nosso gato minúsculo. Eu ensino escrita criativa, e escrevo. Quanto a Lev o escritor - tenho tendência a escrever coisas que eu quero ler, material que inclua minhas obsessões, como steampunk e Wilde, ou noir ou screwball.



2- Além de Shakespeare (Noite de Reis) e Oscar Wilde (A Importância de ser Honesto), qual foi sua inspiração para escrever "Sociedade dos Meninos Gênios"? Como é que você veio com a história e os personagens?


Bem, eu amo a estética do steampunk. Eu amo as engrenagens e dirigíveis. Eu fui apresentado a isso por meio de vídeo-games antigos que eu jogava. Amo esse tipo de mundo. E na faculdade, estudei literatura vitoriana, então eu sabia sobre o período de tempo suficientemente bem. Quando eu estava na faculdade, trabalhando em minha tese, eu apenas decidi que queria escrever algo steampunk e divertido. Eu comecei a me enviar ideias via e-mails. Apenas pequenas cenas ou ideias de personagens. Mas eu nunca fui bom em enredo. Eu sabia que queria Wilde lá de alguma forma, porque o tinha estudado e o amava, mas as peças de Wilde são comédias de costumes e eu queria mais aventura - Eu queria robôs assassinos. E por alguma razão que nunca vou entender, isso me fez pensar em Shakespeare. Shakespeare tem todas as tramas, sério, então eu peguei um dos meus favoritos que se encaixou com o Wilde como duas peças de um quebra-cabeça. Tudo simplesmente se encaixou. Mas, além dessas duas peças de teatro e da ideia de steampunk em geral, eu parti de um monte de clássicos de ficção científica vitoriana - Jekyll e Hyde (O Médico e o Monstro), Frankenstein. Eu queria a ciência de forma louca - o tipo de coisa que sabemos que agora é impossível, mas parecia possível na época.



3- Sociedade dos Meninos Gênios se trata? 


Trata-se de uma jovem mulher na Inglaterra vitoriana, que quer ir para a faculdade de Londres para cientistas loucos, que é, infelizmente, apenas para homens. Então, ela se disfarça como seu irmão gêmeo, com a intenção de revelar-se depois de um ano para provar que as mulheres são cientistas tão brilhante quanto os homens. Mas uma vez lá, ela descobre que é muito mais complexo - um porão labiríntico, um misterioso trem, robôs assassinos e um diretor muito bonito fazem seus planos mais difíceis de lidar do que ela esperava.



4- Algum dos personagens foi inspirado em alguém? Você tem um favorito? Quem e por quê? 


Não - Eu tento não fazer isso. Quero dizer, Ada Byron e Mathias Forney são personagens reais, históricos, por isso eles são inspirados por si, mas todo mundo é apenas um composto - Tomo traços de algumas pessoas e as misturo. Realmente, todos eles são apenas variações sobre mim. Quanto a um favorito, eu não acho que eu posso escolher um. Eu amo todos eles. Mesmo os maus.



5- Sociedade dos Meninos Gênios é um livro stand-alone (livro único) ou haverá alguma sequência ou livro voltado para o mesmo mundo? 


Atualmente, é um stand-alone. Ele foi escrito como um stand alone. Depois, eu brinquei com a ideia de fazer uma série, escrevi algumas coisas, mas meu editor não curtiu muito. Talvez no futuro eu volte a ele, mas agora estou trabalhando em outros projetos.



6- Muitas pessoas ainda não sabem o que é Steampunk, você pode nos explicar? 


É essencialmente escrever ficção científica vitoriana com uma perspectiva moderna. Sci-fi histórico. Eu acho que é ótimo - a tentativa de capturar o futuro sem perder o passado. Eu escrevi um pequeno texto sobre ele, você pode encontrar no meu site: http://www.levacrosen.com/extras/what-is-steampunk/



7- O que fez você explorar o papel das mulheres na Londres vitoriana e mostrar sua força e sua igualdade com os homens naquela época? E porque brincar com os gêneros? 


Um dos meus professores na faculdade - era uma classe de Literatura Vitoriana - sempre disse que cada ensaio que escrevi era sobre gênero. Gênero na era vitoriana é tão fascinante. As mulheres estão apenas começando a realmente ter os direitos básicos - como a educação - mas eles também são muito estritamente definidos - bom ou mau, perfeito ou anormal. E tendemos a pensar na era vitoriana como sendo muito pudica - mas realmente não era. Então, eu gosto de explorar as mulheres que não se enquadram nestas estreitos limites que a era vitoriana prescrevia - porque, na realidade, a maioria não o fez.



8- Você sempre quis ser um escritor? Está planejando um novo livro?


Sim - Eu sempre escrevi. E eu tenho vários novos projetos em andamento: um livro infanto-juvenil (para idades de 8/10 ou mais), que meu irmão está ilustrando, sobre um par de órfãos e sua capivara de estimação que vão viver com sua tia em uma cidade estranha, onde nada muda. Isso vai ser na América do Norte por volta de julho de 2015 (muitas ilustrações para fazer). Eu também tenho um noir que se passa em Nova York após o aquecimento global que derrete as calotas polares - ainda não foi vendido. E um livro YA sobre um menino cuja mãe tem início precoce de Alzheimer - mas ele acha que ela não tem, especialmente quando ela aparece no vídeo game ele está jogando.



9- Qual é a sensação de ver seu livro lançado internacionalmente? 

Incrível. Fiquei triste que eles usaram a capa dos EUA, no entanto. Eu estava esperando ter uma parede de capas diferentes, cada uma de um país diferente. E eu estou tão animado com todo o entusiasmo no Brasil. Minha editora brasileira - Novo Conceito - é incrível, também. Eles me enviaram um presente de feriado! Meu editor nos EUA nunca fez isso. Tudo o que eles estão fazendo para o livro é tão incrível e eu sou muito grato a eles e a todos os leitores que 'blogam' sobre o assunto ou fazem vídeos - vídeos! - Onde eles falam sobre o livro. Isso é incrível. Isso me faz sentir no topo do mundo.



10- Quais são as suas expectativas para os leitores brasileiros? Alguma chance de vir para o Brasil algum dia? Você poderia deixar uma mensagem para os leitores brasileiros?


Eu não sei! Eu nunca fui ao Brasil e não sei muito sobre a cultura, então eu não sabia o que esperar. Mas agora parece que os brasileiros são grandes leitores e amam falar de livros no Twitter, Facebook - Eu tenho tantos seguidores brasileiros agora. É incrível. Eu tenho que usar o Google Tradutor para saber o que eles estão dizendo, mas ainda é incrível. Quanto a ir ao Brasil - seria fantástico! Eu nunca fui, mas ouvi dizer que é bonito. Eu não tenho planos imediatos para ir, mas eu gostaria de ir, um dia, quando tiver tempo e dinheiro.


Quanto aos meus leitores brasileiros, tudo o que posso dizer é muito, muito obrigado! Seu entusiasmo e empolgação é contagiante e surpreendente. E, se você me perguntar qualquer coisa no Facebook ou no Twitter, eu estou feliz em atendê-lo! Eu vou ter que usar Google Tradutor e eu vou responder em inglês, mas sim! Eu estou sempre lá, se você tiver dúvidas.


E obrigado, Andresa. Se os leitores não sabem - Andresa e eu nos conhecemos, porque eu estava tentando me comunicar com a minha editora brasileira via twitter (eu queria ver a capa!) E houve alguns problemas de tradução. Andresa entrou em cena e se tornou a minha tradutora - tudo sem ter sequer lido o livro. Eu acho que isso mostra como incrivelmente dedicada você é para o mundo literário e quão generosa e incrível você é. Então, obrigado. E obrigado por esta entrevista! Espero que tenha sido esclarecedor.



Perguntinhas rápidas:


Um livro: A Mulher de Branco, por Wilkie Collins 

Um autor: Oscar Wilde, é claro 
Um filme: Bringing Up Baby (Levada da Breca no Brasil, filme de 1938)
Comida e bebida: Massa ao alho e uma coca-cola 
Um lugar: Nova York ... ou talvez Edimburgo

Espero que tenham gostado da entrevista e que possam ter conhecido melhor o autor. Seu livro é ótimo e estou torcendo para que seu sucesso apenas aumente, cada vez mais!! 

Quero ver vocês comentando aqui e se tiverem a oportunidade, leiam o livro! 


PS: Depois de tantos elogios, estou toda boba e cheia de vergonha rs.