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Resenha: A Última Nota de Felipe Colbert e Lu Piras

Título: A Última Nota
Autores: Felipe Colbert e Lu Piras
Editora: Novo Século
Ano: 2012
Páginas: 260
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Sinopse: Quando Alícia Mastropoulos se apresenta pela primeira vez como a principal violinista na Orquestra de sua Universidade, ela não tem ideia dos acontecimentos que este fato desencadeará. Decidida a tocar uma composição inédita deixada por seu falecido avô em vez da música programada, ela se emociona e erra a última nota, mas ninguém parece perceber. No dia seguinte, recebe a notícia que um jovem desconhecido é encontrado no coreto próximo ao local da apresentação e levado para um hospital. Quando acorda, ele não se lembra de nada, apenas chama pelo nome dela. Ele, o belo e misterioso rapaz de olhos azuis, é exatamente o que Alícia precisa evitar. Porém, a aproximação entre os dois se torna inevitável quando ela descobre que sua avó, Cecília, tomando conhecimento do caso, hospedou-o e ainda lhe deu o nome de Sebastian. Preocupada, Alícia pede que sua avó o afaste de casa, antes que a situação traga problemas para sua família e para o seu namoro com Theo. Percebendo a relutância da avó e incomodada com a proximidade cada vez maior de Sebastian, Alícia decide apressar o noivado com Theo, para a satisfação de seus pais, que veem com bons olhos um casamento entre duas famílias tradicionais gregas. Só que, aos poucos, ela começa a descobrir uma intensa atração pelo rapaz desconhecido, que a levará a entender, enfim, o mistério que o envolve, a resgatar histórias do passado e a tomar importantes decisões para o futuro.

Poucas coisas são capazes de tocar e transmitir sentimentos de forma tão intensa. Capazes de transportar, de fazer reviver. Poucas coisas alcançam nosso âmago. Nos fazem chorar, viajar, sorrir e sentir. Poucas coisas são tão perfeitos relicários de lembranças, momentos, saudades, amor. E uma dessas raras coisas nós chamamos de música. Música que encanta, envolve e enlaça. E era por essa magia que Alícia Mastropoulos deixava-se levar todos os dias, em companhia de seu inseparável violino.

Filha de uma família grega que decidira manter rigorosamente as tradições, ela persegue o sonho de se tornar uma grande violinista, sem o apoio dos pais. Apesar de respeitar e admirar a cultura grega, ela jamais experimentara o fervor em seguir tudo a risca presente nos pais, e isso lhe traz algumas dificuldades. Sua vida era perfeitamente normal, com as aulas na faculdade, os passeios com o namorado não tão empolgante e os períodos passados ajudando a mãe no restaurante grego da família. Tudo muda quando, em um recital, ela decide tocar uma música composta por seu avô, ao invés da que estava programada. E ainda, erra a última nota. Sebastian, misterioso e inescrutável, surge do nada em sua vida, e Alícia embarcará em uma viagem sem volta, rumo a descobertas, emoções e decisões importantes.

- A vocação e a magia são filhas da perseverança. Quando você toca, você faz música. Quando você acredita, você faz magia.

A última nota começa por ter uma premissa criativa e instigante. Escrito eximiamente a quatro mãos, é narrado em primeira pessoa, por Alícia. A linguagem é confortável, mantendo-se no limite do formal e informal, com um humor refinado e um ritmo agradável. Cada palavra parece ter sido escolhida a dedo, para fazer sentir e pensar. 

Alícia começa a história bastante influenciável, um pouco maleável, mas isso logo muda. Muitas vezes me incomodei com algumas atitudes dela, seu jeito mimado e um tanto quanto egoísta. Mas isso passa com o tempo. Ela acaba por se tornar bem forte e resoluta. Sebastian é uma grande incógnita, encantador e doce. A história é centrada nos dois, o que foi no mínimo arriscado, mas deu muito certo.

"Quando você falou meu nome pela primeira vez, eu me enxerguei no seu olhar. Foi como ver o meu reflexo sob sua perspectiva. Você nunca me viu como alguém deslocada, insegura ou alguém que eu fingia ser. Você sempre me viu como eu sou. A verdadeira Alicia. Simplesmente Alicia. Eu... - suspirei - me apaixonei por você."

Outro ponto bacana são as informações sobre a cultura grega sutilmente inseridas na história, nos lugares certos e sem exagero, achei fantástico. Fico sem palavras para comentar o final. Algo que me prendeu na trama foi o ar de mistério que a envolvia, e o final eleva isso bastante. Tive sentimentos contraditórios sobre. Eu entendi a proposta dos autores, acho que foi até bem empregada, mas mesmo assim não resisto a querer mais informações e esclarecimentos.

"O destino é como uma pauta musical que se reescreve sozinha."

A última nota é um livro leve, despretensioso, doce e encantador. É para todos que estejam dispostos a se entregar a uma certa magia, que só quem consegue se envolver com a história é capaz de entender. Um livro sobre escolhas, destino, desafios. E mais uma vez, nossa literatura nacional surpreendendo e dando um show de talentos.

"Eu esperei por você no prelúdio e esperarei até soar a última nota."

*Descrição da capa: Encontramos Alicia com a cabeça apoiada em seu violino ocupando a metade esquerda da capa e na outra metade temos o céu azul com algumas nuvens. Título e autores em letras brancas e a frase: "Ela nunca pensou que a música transformaria sua vida... até aquele dia.".


* A descrição da capa é algo que utilizamos no blog para que os visitantes que possuam alguma deficiência visual possam ter uma ideia de como seria a capa, pois os mesmo utilizam uma ferramenta de áudio para ler a resenha.


Resenha: Quero ser Beth Levitt de Samanta Holtz

Título: Quero ser Beth Levitt
Autora: Samanta Holtz
Editora: Novo Século
Ano: 2013
Páginas: 544
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Sinopse: Amelie Wood perdeu os pais aos doze anos e, desde então, vive em um abrigo de meninas. Com a chegada do seu décimo oitavo aniversário, ela vive agora o temido e esperado momento de deixar o lugar que a acolheu por toda a adolescência para enfrentar o mundo em busca dos seus sonhos. Seu bem mais precioso é o velho exemplar do romance que sua mãe lia para ela, na infância. "Doce Acaso" contava a história de Beth Levitt, uma jovem que, como ela, amava o balé e tinha a vida transformada ao conhecer o príncipe Edward. Amie suspira ao reler incansavelmente aquelas páginas, imaginando quando o príncipe da vida real baterá em sua porta... Por isso, ao soprar as velas, não tem dúvida quanto ao seu pedido: "Quero ser Beth Levitt!". Através de grandes coincidências e uma trajetória que ela jamais imaginaria, Amie se vê, de repente, no fascinante mundo do cinema, cara a cara com o príncipe mais lindo que sonharia encontrar e lutando para se esquivar da maldade de muita gente invejosa, contando, para isso, com sua melhor arma: um coração puro.

Há alguns que não acreditam, outros temem. Alguns confiam, outros desprezam. Ele trabalha silenciosamente, aleatoriamente e em seu próprio tempo. Acaso. Simplesmente essa força invisível que fica atrás dos panos, fazendo pessoas se encontrarem, ou desencontrarem; trazendo surpresas boas ou más; Levando a uniões ou rompimentos. Surpreende, assusta. Amargo ou doce, mas sempre indomável.
"Uma vez, sua mãe lhe ensinara que cada um cumpre o seu papel na vida do outro e, um dia, simplesmente vai embora. Ela sabia bem o que era isso."
Amelie Wood aprendeu cedo demais o quão difícil a vida pode ser. Seus pais morreram quando ela ainda era muito jovem, no entanto, isso nada fez para mudar sua natureza pura e bondosa. A partir de então, ela passou a viver em um acolhedor lar para órfãs, onde encontrou verdadeiras irmãs. Quando completou dezoito anos, era a hora de partir para a insegurança do mundo fora das portas do orfanato. Embora temerosa, Amie sempre poderia contar com seu surrado exemplar de "Doce Acaso", o livro que sua mãe lera incansavelmente para ela, e uma espécie de companheiro para todas as horas. Ao assoprar as velas de seu bolo, o desejo que irrompeu de seu coração era claro: Quero ser Beth Levitt. Após uma série de reviravoltas impressionantes, Amelie se vê no mundo do cinema, contracenando com aquele que poderia ser seu príncipe diretamente saído de "Doce Acaso", que, aliás, tem papel fundamental nessa incrível jornada. Auxiliada pelo acaso, Amelie irá, ou não, realizar todos os seus sonhos, mesmo os mais íntimos.
"Se fossem fáceis, não seriam sonhos. Nem valeriam a pena."
A primeira coisa digna de nota nesse livro são os títulos dos capítulos que foram colocados de uma forma muito criativa. Cada capítulo inicia-se com um trecho do próprio capítulo. Um trecho especialmente escolhido para trazer curiosidade e até ansiedade a quem lê. Muitas vezes, ao ler o título, pensei que iria acontecer determinado fato, mas acabou por ser o contrário. A leitura começa despretenciosa, mas a cada página virada conquista um pouco mais. A escrita de Samanta detém uma meiguice singular, envolvendo e tecendo um clima delicioso e doce.

Amelie é inacreditável, forte e pura, determinada e sonhadora. Espelha muitas das jovens que tem sonhos, mas ao contrário dela, acabam escondendo, sentindo vergonha ou desanimando. Quanto a Chris, penso que toda mulher apreciaria alguém como ele a seu lado. Até mesmo os personagens secundários têm suas particularidades e nos reservam diversas surpresas.
"Gostava de pensar que sua vida seria como a dela: mudanças inesperadas, um príncipe apaixonado e o desfecho digno de contos de fadas..."
Tocante, impressionante e cheio de candura, Quero ser Beth Levitt não é um livro para qualquer pessoa. Somente para aqueles dispostos a se entregar, realmente. A esses, boas horas longe de tudo estão mais do que garantidas. Surpreendente, com reviravoltas mesmo quando achamos que tudo está em seu devido lugar. A trama é intrincada, com um encaixe fabuloso e um final... diferente. Ensina a acreditar no amor, nos sonhos e em si mesmo; A ver o acaso pelo lado bom, a levar a vida com mais tranquilidade e doçura. Um conto de fadas moderno e bem construído.
"Cada segundo na presença dele estava cuidadosamente guardado em sua memória, no espaço reservado aos grandes acontecimentos..."
Antes de escrever essa resenha, precisei de alguns instantes para trazer de volta o clima de magia que me envolveu durante a leitura. A paz e os sentimentos bons com os quais as palavras de Samanta me presentearam deixaram impressões, para muito além das lembranças relacionadas as aventuras de Amie. 
"Sorriu para a linda paisagem iluminada à sua frente, pronta para ir desenhar seu próprio horizonte."
Leve e intenso, esse livro traz força, esperança, amor e longos suspiros sonhadores. Com ele eu ri, fiquei tensa, me emocionei... Por que precisamos duvidar que uma verdadeira história de amor seja possível? É isso que Samanta Holtz nos traz ao apresentar a doce bailarina e seu livro favorito. Acredito que Samanta irá longe com o talento e o potencial que tem. A mim, com toda a certeza, ela já conquistou.

Descrição de capa (feita pela própria autora nos comentários abaixo)*: a imagem da bailarina foi adquirida de um banco de imagens. A moça está com roupas de bailarina, mas não são roupas muito elegantes, e sim, um pouco desgastadas, representando a simplicidade da Amelie. E a posição também me deixou em dúvida, na primeira vez em que vi a imagem, mas pesquisei na internet e encontrei outras fotos de bailarinas nessa mesma pose. Percebi que é o movimento para começo ou final de uma apresentação!

* À pedido da Aninha, tentarei fazer ao final das resenhas, uma breve descrição das capas, para aqueles que visitam o blog e possuem alguma deficiência visual e querem ter uma ideia de como são as capas dos livros resenhados. (Andresa)