Resenha: Veneno de Sarah Pinborough

Título: Veneno
Série: Saga Encantadas #1
Autora: Sarah Pinborough
Editora: Única
ISBN: 9788567028002
Ano: 2013
Páginas: 224
Sinopse: Sexy, sarcástico e de prender a respiração! Para os fãs de Once Upon a Time e Grimm, Veneno é a prova de que contos de fadas são para adultos! Não existe “Felizes para sempre”! Você já pensou que uma rainha má tem seus motivos para agir como tal? E que princesas podem ser extremamente mimadas? E que príncipes não são encantados e reinos distantes também têm problemas reais? Então este livro é para você! Em Veneno, a autora Sarah Pinborough reconta a história de Branca de Neve de maneira sarcástica, madura e sem rodeios. Todos os personagens que nos cativaram por anos estão lá, mas seriam eles tão tolos quanto aparentam? Acompanhe a história de Branca de Neve e seu embate com a Rainha, sua madrasta. Você vai entender por que nem todos são só bons ou maus e que talvez o que seria “um final feliz” pode se tornar o pior dos pesadelos! Veneno é o primeiro livro da trilogia Encantadas, e já é um best-seller inglês. Sarah Pinborough coloca os contos de fadas de ponta-cabeça e narra histórias surpreendentes que a Disney jamais ousaria contar. Com um realismo cínico e cenas fortes, o leitor será levado a questionar, finalmente, quem são os mocinhos e quem são os vilões dos livros de fantasia! Palavra da editora: Veneno é um livro tenro como uma maçã envenenada. Belo como os vilões costumam ser. Sarcástico como príncipes mimados. E sem finais felizes porque já estamos bastante crescidinhos! (E, ainda assim, é um dos finais mais chocantes da ficção atual!) Para fãs de séries de TV e histórias picantes e divertidas, Veneno é puro entretenimento! – Mariana Rolier

Todo mundo já conhece alguma história relacionada à Branca de Neve, seja a versão “felizes para sempre”, ou a original ou a da série Once Upon a Time ou alguma outra. Mas o legal é que cada uma é contada de um modo diferente e assim também acontece com Veneno.

Preferi não comentar como é a versão de Branca de Neve contada em Veneno, para não perder a graça. A autora faz algumas mudanças nem tão grandes em alguns momentos, mas em outros muda completamente o enredo mais conhecido da história. O que eu posso dizer é que como diz na contracapa do livro “Não existe Felizes para Sempre!”.

Enquanto lia, imaginei alguns personagens como na série “Once Upon a Time”, mas senti que a linha seguida em Veneno inicialmente era parecida com a linha seguida no livro/filme “Branca de Neve e o Caçador”, com Branca não sendo uma “princesa que usa vestido”, mas sim se veste com roupas mais masculinas e gosta de cavalgar e o caçador contratado para matá-la a levar seu coração para a rainha.
[...] E apesar de ter idade o suficiente para ser seu pai, ela entendia o poder que isso dava a ela. Homens eram simples. Eram manipuláveis. O rei era seu fantoche, e ela ia mantê-lo assim. [Pág. 11] 
A narração é feita pelo ponto de vista da Rainha Lilith, mas o livro também possui partes narradas por Branca de Neve, o caçador, os anões e o príncipe. A narrativa é boa e torna a leitura rápida. Com relação aos personagens, não me apeguei a nenhum deles. A apresentação dos personagens foi um pouco superficial, com exceção da Rainha Lilith. Acho que quem eu menos gostei foi o príncipe, que foi introduzido na história de forma sem graça e os acontecimentos seguintes que o envolvem também não me empolgaram.

Mas apesar dos pontos positivos, os negativos se sobrepuseram um pouco. O enredo me incomodou. Estava esperando por algo mais inovador, mas o que vi foram algumas cenas e acontecimentos rápidos e sem sentido e outras sem nexo. O livro também tem algumas poucas cenas picantes e provocantes, que achei fora de contexto, pois não se encaixavam com o que era apresentado.

O desfecho final, no entanto foi algo inovador, e acredito que muitos irão gostar enquanto outros não. Eu não gostei muito, não pelo acontecimento em si, mas porque eu queria que tivesse algo a mais para ser acrescentado no final. No fim tem um epílogo que envolve personagens secundários e acredito que sirva para introduzir os próximos volumes.

Outra coisa que me incomodou um pouco foi que às vezes parecia que a autora tentou modernizar um pouco algumas coisas e eu não senti como se estivesse lendo um livro que se passa há mais tempo, em um reino mágico, com reis e rainhas, príncipes e princesas.

O que achei interessante durante a leitura, foi que apareceram ou foram citados personagens de outros contos, como a bruxa de João e Maria, os sapatinhos de Cinderela e Aladim. E é claro que esses também não são exatamente como costumamos conhecer pelas histórias que lemos.
[...] A antiga rainha e sua filha tinham o amor do povo. Ela teria seu medo. Era uma emoção mais dura. Enquanto se virava, sentiu uma leve pontada no peito e se perguntou despreocupadamente se não seria uma pequena parte de seu coração ficando negro e endurecido. Que bom!, pensou. O quanto antes, melhor. [Pág. 35] 
Comecei lendo o livro acreditando que conheceria outro lado da Rainha, pois foi o que acreditei que era a premissa do livro, mas mesmo com as mudanças dessa história, para mim a Rainha continua a mesma invejosa e má. Até senti um pouco de arrependimento de vez em quando, só não conseguia perceber se era real ou apenas fingimento.

Com relação à diagramação do livro eu não tenho do que reclamar. A capa é linda e na orelha da contracapa vem anexado o marcador do próximo livro da série, Feitiço. Com páginas amarelas, fonte agradável e legível, margens bem demarcadas e ornamentos antes de cada novo capítulo, a diagramação não pecou em nada. Além disso, o livro possui o primeiro capítulo de Feitiço, continuação da Saga Encantadas, com a história da Cinderela.

Acredito que muitos irão gostar do livro, enquanto outros irão se incomodar com algumas coisinhas, afinal isso é normal, nem toda leitura agrada a todos. E é por isso que recomendo a leitura, para que tirem suas próprias conclusões. 

Quero ler a continuação, até porque gosto da história “bonitinha” da Cinderela e gostaria de ver como a autora vai mexer com ela. 

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