Resenha: O Inferno de Gabriel de Sylvain Reynard


Título: O Inferno de Gabriel 
Autor: Sylvain Reynard 
Editora: Arqueiro 
ISBN: 978-85-8041-126-3 
Páginas: 512 
Ano: 2013
 
Sinopse: Enigmático e sedutor, Gabriel Emerson é um renomado especialista em Dante. Durante o dia assume a fachada de um rigoroso professor universitário, mas à noite se entrega a uma desinibida vida de prazeres sem limites. 
O que ninguém sabe é que tanto sua máscara de frieza quanto sua extrema sensualidade na verdade escondem uma alma atormentada pelas feridas do passado. Gabriel se tortura pelos erros que cometeu e acredita que para ele não há mais nenhuma esperança ou chance de se redimir dos pecados.
Julia Mitchell é uma jovem doce e inocente que luta para superar os traumas de uma infância difícil, marcada pela negligência dos pais. Quando vai fazer mestrado na Universidade de Toronto, ela sabe que reencontrará alguém importante – um homem que viu apenas uma vez, mas que nunca conseguiu esquecer. 
Assim que põe os olhos em Julia, Gabriel é tomado por uma estranha sensação de familiaridade, embora não saiba dizer por quê. A inexplicável e profunda conexão que existe entre eles deixa o professor numa situação delicada, que colocará sua carreira em risco e o obrigará a enfrentar os fantasmas dos quais sempre tentou fugir. 
Primeiro livro de uma trilogia, O inferno de Gabriel explora com brilhantismo a sensualidade de uma paixão proibida. É a história envolvente de dois amantes lutando para superar seus infernos pessoais e enfim viver a redenção que só o verdadeiro amor torna possível.


Olá a todos! Como vocês estão hoje? Como podem ver, vou falar sobre um dos livros mais comentados recentemente “O Inferno de Gabriel”. E como tem muito blábláblá em torno dele, vou começar falando sobre os pontos principais que o envolvem.
  • a: Sim! É uma trilogia! “O Inferno de Gabriel” (já lançado no Brasil), “O Julgamento de Gabriel” (já lançado no Brasil) e “A Redenção de Gabriel” (lançamento previsto para 3 de dezembro nos EUA e aqui no Brasil só 2014);
  • b: Sim! É uma fanfiction de “Crepúsculo”. Ao menos, começou assim... Então qualquer semelhança da nossa mocinha Julia Mitchell com uma tal Bella Swan, não é mera coincidência;
  • c: Não! Definitivamente não tem nada a ver com “Cinquenta tons de nenhuma cor”. Tudo bem, okay, talvez a premissa seja a mesma: Cara rico e atormentado, mocinha pobre e inocente (que também morde o lábio) passados conturbados... Mas, termina aí;
  • d: Não sei! Do autor, ninguém sabe se Sylvain Reynard é o pseudônimo de um autor, ou de uma autora. Pesquisei muito e todas as fontes tem a mesma resposta: ninguém sabe! Eu Lili, achava que era uma mulher (até mesmo pelo tipo de narrativa...), mas muitos acham que é um homem... Então, Deus sabe!

Bom, esclarecidas as dúvidas mais comuns, vamos ao livro.

É muito comum, nós leitores assíduos, viciados e metidos a sabedores de tudo, rs, julgarmos um livro. Eu já fiz muitooo isso, mas ultimamente, estou mudando (eu juro gente! :D ) não sei se são os meus 30 anos (mais de 20 só como leitora *----*) me tornando mais madura, flexível, menos pré-conceituosa, mais curiosa (se é que é possível), mas de uns anos pra cá, sou da seguinte opinião: Leia! Não julgue! Se não gostar, abandone, mas dê uma chance. Já amei livros que muitos odiaram e odiei outros que muitos amaram, em resumo, ninguém é igual a ninguém! Ou como disse alguém por aí: “Não julgue pela capa, pois o designer pode ser melhor que o escritor e vice e versa” ;)

Com “O Inferno de Gabriel”, foi bem isso que aconteceu comigo, quando uma amiga blogueira me enviou por email há um tempo, (eu acho que a Arqueiro ainda nem sonhava em publicar) ainda estava meio como uma fanfic, estava bem cru... Fiquei com o pé trás, mas dei uma chance. Sabe aquelas histórias que te prendem desde o início? Mas que você passa o livro todo “ahhhh já sei! Tão previsível!” É aquele livro que você tem aquela sensação de já ter lido, mas surpreendentemente a escrita da/do Sylvain é tão rica (sério!) que você não consegue largar, e fica surpresa em saber que, não, você não sabia tudo. Ou seja, mais bipolar impossível... rs... Eu ficava tipo, torcendo pelo livro, dizendo: meu, tá bom, tá na média, mas não força pra não ficar cansativo (o que inevitavelmente fica em alguns momentos...) mas eu li em dois dias, e são mais de quinhentas páginas, então...

Bom, dizem que Sylvain é especialista em arte, com base nisso, não por acaso, ela nos dá uma aula de cultura (cara de surpresa!) posso afirmar que os pontos altos de sua obra, são as suas citações, quando ela destaca, obras literárias, poemas, pinturas, esculturas, músicas... Fiquei muito curiosa pra conhecer tudo. E, é claro, a sua principal inspiração, sua calda de chocolate, é Dante Alighieri!
Dante foi um poeta, escritor e político italiano, foi muito mais do que literato: numa época onde apenas os escritos em latim eram valorizados, redigiu um poema, de viés épico e teológico, La Divina Commedia (A Divina Comédia), o grande poema de Dante, que é uma das obras-primas da literatura universal e um dos pontos mais altos atingidos pelo espírito humano. (via Wikipédia)
Quem ainda não leu (ou nunca ouviu falar de Dante e sua Divina Comédia) sua obra fala da trajetória de Dante pelo inferno, a busca da sua absolvição para entrar no paraíso, em busca de redenção...
Descreve a viagem de Dante através do Inferno, Purgatório, e Paraíso, primeiramente guiado pelo poeta romano Virgílio (símbolo da razão humana), autor do poema épico Eneida, através do Inferno e do Purgatório e, depois, no Paraíso, pela mão da sua amada Beatriz - símbolo da graça divina - (com quem, presumem muitos autores, nunca tenha falado e, apenas visto, talvez, de uma a três vezes). (via Wikipédia)
A/O autor, faz muitas referências a obra de Dante (pausa para aplausos ao autor e sua pesquisa, fica aqui minha reverência, eu também escrevo e sei que a pesquisa é parte essencial pra compor o conjunto da obra) na verdade, ficou bem explicito que Gabriel e Julia, são Dante e Beatriz da nossa época.  A nossa protagonista, Julia, é uma jovem inocente de 23 anos, que teve uma infância difícil marcada pela negligência dos pais, ela é uma estudante de mestrado e deseja fazer especialização em Dante. Mais tarde, descobrimos o real motivo da sua pequena obsessão por Dante... Eu gosto da Julia! (isso é raro, normalmente as mocinhas me irritam), algumas pessoas não gostaram dela, por achar que ela foi muito, digamos, “santificada”, mas acontece, que no contexto dessa história, é possível entender exatamente o motivo, tem uma lógica (se é que me entendem...) o contrário de outras mocinhas que existem por aí, sem lógica nenhuma! Eu gostei da sua postura, gostei como ela pensa, tá certo que em alguns momentos eu preferia que ela não gostasse tanto de roxo ou mordesse tanto o malditolábio (via Bella Swan X Ana Steele) mas superado isso, ela está bem no meu conceito, admiro uma garota que sabe o que quer! E a Julia, mesmo com toda “fragilidade” e timidez, conseguiu transmitir essa determinação...
– Ética profissional. Professores não podem ser amigos de alunos. E, mesmo que fôssemos apenas Julianne e Gabriel dividindo uma pizza, você não deveria querer ser minha amiga. Sou um ímã para o pecado, e você não. – Ele abriu um sorriso triste. – Então, como pode ver, é um caso perdido. Abandonai toda a esperança, vós que aqui entrais.
– Não gosto de pensar em nada como um caso perdido – ela sussurrou.
Gabriel Emerson é o nosso professor universitário e renomado especialista em Dante. Também, sexy e lindo como o inferno! Ops! Céu! (e como não poderia deixar de fugir do clichê) é atormentado por seu passado. Mas aí é que está! Aí é que a/o autor me surpreende, quando eu penso que o livro será um clichê total, ele vem recheado de surpresas... Peças que se encaixam nos lugares certos, diálogos inteiros, bem servidos... (um pouquinho demais, mas não a ponto de ficar pedante). O livro tem alguns “elementos” que eu teria deixado de fora, mas por primariamente se tratar de uma fanfic, segue...

Outro detalhe importante (que não posso deixar passar, pois nega veementemente a comparação com 50 tons) é a falta da, digamos, frequência do “sexo carnal”. Daí vocês me perguntam: mas como assim? Isso mesmo! O sexo existe, é claro! Mas tem muito mais sensualidade, muito mais passagens quentes... o que na minha opinião torna tudo muitoooo melhor (o “quase” é muitas vezes bem melhor que o ato em si...)
A visão de Gabriel comendo o bolo de chocolate era a coisa mais erótica que ela já vira. Ele saboreava cada migalha, lambendo os lábios e o garfo de forma sugestiva. Às vezes, fechava os olhos e gemia, fazendo sons vorazes e guturais que eram dolorosamente familiares. Ele se debruçava sobre o prato com movimentos lentos e sinuosos, os tendões de seus braços muito visíveis, estendendo-se para a frente e recuando em seguida, seus olhos ardentes fitando os dela a cada gesto ritmado e previsível. Antes que ele chegasse ao último pedaço, Julia sentiu o ar à sua volta ficar quente e sufocante. Seu rosto estava vermelho, a respiração, ofegante, e gotas de suor brotavam em sua testa. Enquanto isso, mais embaixo...
Gente! Isso só foi um pedaço de bolo de chocolate... *suspiros!*

No Inferno de Gabriel, somos apresentados aos personagens, conhecemos suas histórias, o passado em comum, seus conflitos, assuntos inacabados, e é claro, a preparação para os novos desafios... O livro é um encanto de romance, de um bom romance, tem todos os atrativos decentes de uma boa história (me custa acreditar que era uma fanfic, okay! Sem preconceitos! Rs...)

Leiam e apaixone-se por esse casal, eu me apaixonei! Gabriel é incrível! Um verdadeiro cavalheiro “quente” a moda antiga...
_ Quero beijar você - sussurrou ela. Ele sorriu.
_ Também quero - Ela esperou. Mesmo assim, ele não se mexeu.
_ Julianne - chamou ele. Ela abriu os olhos.
_ Venha pegar o que quer.
Mais suspiros? Claro! Rs...
Até “O Julgamento de Gabriel”.

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